A luta continua: veja o selo da campanha contra violência de gênero da Rede Gazeta

selooooooooNão somente durante o mês de março, mas ao longo de 2018, a luta pelo fim da violência contra mulher será pauta na Rede Gazeta. O selo da campanha institucional “Violência contra mulher: quebre o ciclo” estará presente nos jornais A Gazeta e Na! e também na TV Gazeta, através de uma vinheta especial.

“O poder de mobilização que uma rede de comunicação tem é muito relevante para ajudar a por luz nesse tipo de assunto”, explicou a diretora de Transformação, Leticia Lindenberg.

O objetivo da campanha é alertar, orientar e estimular que mulheres vítimas de violência procurem ajuda. Além da campanha publicitária e matérias jornalísticas, rodas de conversa, seminários e outras iniciativas abordando o tema vão acontecer ao longo do ano.

Rede Gazeta mobiliza homens na campanha Laço Branco pelo fim da violência contra a mulher

Foto: Caroline Mauri
Mobilização pelo fim da violência contra a mulher

Nessa quarta-feira (06), Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, a Rede Gazeta realizou a campanha do Laço Branco a fim de conscientizar seus funcionários pela causa. A ação contou com o apoio de uma equipe do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Nevid), do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES).

Durante o momento, foram trazidos dados sobre o assunto no Espírito Santo como, por exemplo, o fato de que o Estado ocupa a 5ª colocação no ranking nacional de homicídios de mulheres, segundo o Atlas da Violência 2017. Já um levantamento do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) informou que, até agosto, cerca de 52 processos de violência doméstica foram abertos por dia, uma média de um a cada meia hora.

Campanha internacional 

A data escolhida remete a um evento ocorrido em 1989 em Montreal, no Canadá, quando o jovem estudante de Engenharia Marc Lepine, de 25 anos, retirou de uma sala de aula os 48 rapazes e assassinou as 14 colegas mulheres, suicidando-se em seguida. Ele entendia que, por ser Engenharia uma profissão masculina, as mulheres estariam invadindo espaços que não lhes pertenciam. O crime promoveu debates sobre desigualdade e motivou um grupo de homens a criar a campanha do Laço Branco.

O movimento cresceu e hoje tem a missão de promover a igualdade de gênero, relacionamentos saudáveis e uma nova visão da masculinidade. No Brasil, passou a ser comemorada a partir de 2007, por força de Lei Federal. O laço branco foi adotado como símbolo e lema de jamais cometer um ato violento contra as mulheres e de não fechar os olhos para a violência.

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Educação é ponto crucial para o combate à violência contra a mulher

Guilherme Marchetti
Especialistas debatem medidas para a diminuição de casos de violência contra a mulher

A cada um dia de uma jornada semanal, uma mulher perde o trabalho por ter sido vítima de violência doméstica ou sexual. A consequência, além de física e emocional para a vítima, é um prejuízo de 11,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A informação foi apresentada nesta quarta-feira (15) na segunda edição do Diálogos “A Culpa não é delas”, que debateu medidas para combater à violência contra a mulher.

Mais de 100 pessoas, entre autoridades, representantes de movimentos femininos e estudantes, estiveram no auditório Rede Gazeta para se informar sobre o que está sendo discutido para a diminuição dos casos de abusos e qual o papel da sociedade para ajudar no combate a crimes contra a mulher. O encontro foi mediado pelo macroeditor de Cidades da Redação Multimídia, Geraldo Nascimento, e transmitido ao vivo pelo portal Gazeta Online.

Entre os debatedores, participaram o secretário de Segurança Pública do Governo do Estado, André Garcia, a juíza Hermínia Azoury, a delegada da Delegacia Especializada da Mulher de Vitória, Arminda Rodrigues, a especialista em Ciências Criminais, Carmen Hein e a psicóloga e terapeuta de família Adriana Müller.

Em unanimidade, todos pontuaram a educação e a revisão das políticas públicas de segurança e saúde como pontos cruciais para a mudança de comportamento e adoção de medidas para a redução de casos de violência. Para eles, uma cultura machista e uma sociedade intolerante contribuem para os altos índices de casos e vítimas.

“É um crime invisível. É necessário que o tema seja trabalhado dentro de casa, em escolas, em igrejas, empresas e universidades. Matérias e campanhas em veículos de comunicação contribuem muito para o encorajamento da vítima em denunciar agressões. É importante que o assunto seja trabalhado sempre para que as denúncias ocorram”, reforça a juíza Hermínia Azoury.

O debate também trouxe à tona a questão a uniformização do atendimento da mulher agredida e a importância da denúncia imediata. De acordo com a delegada Arminda Rodrigues, os detalhes do relato feito pelas vítimas podem ser cruciais para a condenação. “Muitas vezes, por medo ou vergonha, a vítima procura a delegacia muito depois da agressão ou abuso sofrido. Isso dificulta o detalhamento do relato. Os detalhes apresentados nas denúncias são importantes para a materialidade do crime”, orienta a delegada.

Os participantes interagiram com perguntas aos debatedores. Aquelas que não foram respondidas no evento por falta de tempo, serão respondidas pelos especialistas posteriormente no portal Gazeta Online.

Jornalistas comentaram bastidores da reportagem especial

Guilherme Marchetti
As jornalistas Mayra Bandeira e Katilaine chagas falaram dos bastidores da reportagem especial “Violência Sexual: Crime Invisível”

Autoras da reportagem especial “Violência Sexual: Crime Invisível”, publicada em A Gazeta e no portal Gazeta Online, as jornalistas Katilaine Chagas e Mayra Bandeira, compartilharam a experiência na apuração do especial. De acordo com as repórteres, o que mais as impactou foi ouvir os relatos das vítimas que foram fontes da matéria. “Pensávamos que a principal dificuldade era conseguir mulheres para falar dos abusos sofridos. Quando vimos, eram pessoas que tinham uma ligação próxima, como amigas ou primas de amigas. Doía em nós ouvir o que aquelas mulheres contavam. É um tema que devemos debater sempre para diminuir casos e combater tamanha violência”, disse a repórter Katilaine Chagas.

Já Maíra reforçou a importância da vítima procurar os serviços de saúde no período de até 72h após o abuso para evitar a contração de doenças ou gravidez indesejável, em casos de crimes sexuais. “É importante lembrar que este tema é também um caso de saúde pública”, reforçou. O macroeditor de cidades, Geraldo Nascimento ressaltou que o papel da Rede Gazeta, por meio do jornalismo é colocar o assunto em debate, divulgar dados e cobrar medidas para o combate a violência que faz várias vítimas. A reportagem especial “Violência Sexual: Crime Invisível” está disponível no endereço http://especiais.gazetaonline.com.br/violenciasexual/. A transmissão também está no portal livre para acesso.

DSCN8708“A violência acontece todos os dias. Precisamos discutir sobre respeito, direitos e igualdade de gêneros dentro de casa e nas escolas. Devemos cobrar dos Estados o plano de educação que discute a diferença entre gêneros. Devemos garantir o direito de acesso à informação, cobrar o controle de campanhas sexistas, e a longo prazo discutir políticas públicas. Eu acredito na juventude para mudar a realidade de um país machista, homofóbico e racista” – Carmen Hein Doutora em Ciências Criminais

DSCN8674“A voz do machismo deve ser calada. O agressor está empoderado, falta autocontrole. A vítima tem medo, se sente culpada e a sociedade reforça este sentimento de culpa condenando o comportamento da mulher. Muitas vezes, vítimas não sabem quem as vai ouvir e se silenciam. A sociedade precisa se mostrar contra quem reprime e cala mulheres e trabalhar a convivência harmônica de respeito a todos por meio de programa, projetos e campanhas educativas. A sociedade precisa ter vergonha do machismo e torna-lo obsoleto” – Psicóloga e terapeuta familiar Adriana Müller

DSCN8743“Violência doméstica ou sexual não escolhe classe social. É necessário humanizar as delegacias da mulher para atender melhor às vítimas e ampliar parcerias para a criação de políticas públicas e criação de medidas preventivas. É imprescindível o trabalho de consciência nas escolas para mostrar às crianças o papel da mulher e o respeito que elas devem ter. Capacitação profissional para preparar mulheres para o mercado de trabalho é importante para o empoderamento feminino” –  Juíza Hermínia Azoury

DSCN8666“É necessário ampliar o amparo às vítimas e melhor equipar as delegacias com espaços adequados para atender os casos. Muitas vezes, vítima e agressor chegam juntos e dividem o com troca de ameaças e precisamos intervir para que não aconteça algo mais grave. A Lei Maria da Penha e as formas de punição ao criminoso precisam ser amplamente divulgadas. Não podemos deixar esses crimes impunes” – Delegada Arminda Rodrigues

DSCN8796“É preciso refletir o que está acontecendo. A sociedade é muito intolerante e nossa cultura ainda é muito influenciada por valores religiosos. Por essa razão algumas pautas não são discutidas. A educação começa dentro de casa e não pode ser terceirizada. Não basta apenas tratar uma mulher vítima de violência. Deve-se tratar o homem também, porque senão o ciclo de violência não cessa. O sistema deve reconhecer e punir quem agride” – Secretário de Segurança Pública  André Garcia