Selo “Empresa Segura”: Rede Gazeta renova certificação do Corpo de Bombeiros

Texto de Bianca Lemos

A Rede Gazeta recebeu, na última terça-feira (12), a renovação do selo “Empresa Segura”, emitido pelo Corpo de Bombeiros do Espírito Santo. A certificação é concedida às empresas que adotam procedimentos de prevenção a acidentes e sinistros, além de treinamentos e conscientização aos funcionários.

Para garantir a renovação da certificação, o grupo de comunicação passou pela última etapa do processo: um simulado de incêndio e abandono do prédio, em Vitória. Esta ação aconteceu com o objetivo de avaliar as medidas de segurança da Rede e preparar na prática para situações críticas, por isso, foi instruída pelos brigadistas a evacuação total da sede da empresa.

A técnica em Segurança do Trabalho da Rede, Viviane Ferreira, explicou sobre o quanto é essencial a realização desta ação com os funcionários. “O mais importante do simulado é treinar as pessoas a seguir as orientações de segurança. Isso evita pânico e salva vidas em uma emergência real. Além de preservar vidas, preservamos também o patrimônio da empresa”, destacou Viviane.

A conquista foi anunciada pelo Comandante da 1ª Companhia do 1º Batalhão Bombeiro Militar, Alan Rosa Francisco, que acompanhou toda a ação e, ao final, conversou com a equipe de brigadistas envolvida, juntamente com os bombeiros que chegaram ao local para atender ao chamado. “A importância do projeto ‘Programa Espírito Santo Seguro’, realmente é levar esta questão da prevenção, simular as situações de pânico e de incêndio para a população em geral. Então este conhecimento, que às vezes parece que é pouco, que é feito e durante o ambiente de serviço, eles acabam sendo compartilhados para outras pessoas e isso auxilia na questão de disseminação deste conhecimento para todas as pessoas”, frisou o representante do Corpo de Bombeiros do ES.

 

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“Empresa Segura”: Rede Gazeta participa de programa lançado pelo Corpo de Bombeiros do ES

Com o objetivo de certificar a segurança de empresas do Espírito Santo, foi lançado na manhã desta segunda-feira (27) o programa Espírito Santo Seguro, que vai capacitar empresas, escolas e hospitais para a prevenção a incêndios e outros acidentes. O evento aconteceu na sede do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES), na Enseada do Suá, em Vitória, durante o 12º Seminário Capixaba de Segurança contra Incêndio e Pânico, com a participação da Rede Gazeta, uma das primeiras empresas a aderir ao projeto “Empresa Segura”.

Para assinar o termo de adesão, estiveram presentes, como representantes da Rede Gazeta, o diretor de Administração e Recursos Humanos, Helder Luciano, e o gerente de Serviços Administrativos, José Lopes. Também firmaram o acordo, na mesma manhã, o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação (Sindiex), o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado do Espírito Santo (Sincades) e a Central de Aviamentos.

No evento de lançamento do programa, o comandante-geral, coronel Alexandre Cerqueira, deu boas-vindas aos presentes e salientou a responsabilidade social do CBMES com os mais diversos setores da sociedade capixaba, sob os pilares da honestidade, confiança e competência. “Parece que mudamos as normas e as tecnologias de combate, mas os acidentes continuam acontecendo e as vidas vão embora”, pontuou, destacando ainda, a importância do projeto, que só tem a beneficiar a sociedade.

Cerqueira explicou também que o projeto Espírito Santo Seguro é composto por 3 fundamentos: eixo prevenido, que são iniciativas voltadas para conhecimento e prevenção de acidentes; eixo seguro, composto por certificações, selos de qualidade e mudança de cultura preventiva, onde se encaixa o projeto Empresa Segura; e eixo protegido, que são ações inclusivas direcionadas a crianças e adolescentes.

O comandante do 1º Batalhão Militar, tenente-coronel Scharlyston Paiva, ressaltou em sua fala que o objetivo do programa é associar a proteção com a prevenção em casos de acidentes, buscando envolver a educação e a mudança da mentalidade das empresas e instituições do Estado. “Queremos trazer pessoas civis, sem conhecimento básico, e muni-las de informações para que elas possam avançar na prevenção de acidentes”, afirmou.

Uma das quatro primeiras organizações a aderirem ao projeto, a Rede Gazeta recebeu o Corpo de Bombeiros, no último dia 15, para conhecer o programa Espírito Santo Seguro. Para Helder Luciano, ao assinar o termo, a Rede se torna uma das pioneiras na desburocratização das medidas de segurança contra incêndio e pânico em empresas capixabas.

Prezamos pela segurança de todos e, para isso, é fundamental envolver nossos funcionários na prevenção de acidentes, estruturando sistemas de proteção de incêndios e, principalmente, capacitando-os para a atuação efetiva na resposta imediata a todo tipo de emergência”, avaliou.

Ao concluir todas as etapas previstas no projeto, a empresa conquistará o selo “Empresa Segura”, concedida pelo Corpo de Bombeiros do ES, atestando que o estabelecimento está de acordo com as normas de segurança contra incêndios e conta com pessoas treinadas dentro de suas instalações.

Equipes da Rede Gazeta terão protocolos de saúde reforçados para cobertura das eleições 2020

Texto: Eduardo Fachetti

No próximo domingo (15), dia das eleições municipais, a Rede Gazeta mais uma vez realizará a mais ampla cobertura jornalística da ida dos capixabas às urnas em todo o Espírito Santo. Para que esse compromisso com a democracia se dê em segurança, os mais de 70 profissionais que estarão nas ruas irão adotar protocolos reforçados de distanciamento e higienização. Ao todo, a cobertura vai envolver mais de 160 pessoas.

Em campo pela TV Gazeta, repórteres e cinegrafistas vão registrar, em flashes ao vivo durante todo o dia, o movimento nas seções eleitorais e nas ruas da Grande Vitória, de Cachoeiro de Itapemirim, Colatina e Linhares. Para evitar risco de contágio, imagens e entrevistas com candidatos serão feitos com distanciamento e uso de microfone extra, e para evitar aglomeração não serão registradas imagens dentro de seções eleitorais, como o momento do voto dos candidatos.

Para garantir que os capixabas saibam das principais notícias do dia da votação sem expor seus repórteres e fotógrafos a nenhum risco, a Redação A Gazeta/CBN vai adotar um protocolo extra de segurança: todos os que forem às ruas usarão máscara N95, face shield e terão álcool em gel individual para assepsia das mãos.

“Neste momento tão relevante para a democracia, continuaremos empregando nossa energia para coberturas de fôlego e fazendo todo o possível para preservar a saúde dos nossos times. Também por isso, a nossa orientação é que entrevistas com candidatos só sejam feitas em condições adequadas de distanciamento, com uso de máscara e sem aglomeração. Não podemos deixar que o calor eleitoral se sobreponha à saúde pública e a segurança de todos”, frisa o diretor de Jornalismo, Abdo Chequer.

Rede vai ajudar a monitorar qualidade de vida de Vitória

Vitor Jubini
As áreas de lazer estão entre os projetos que serão acompanhados pelo programa

A população de Vitória, em breve, vai poder acompanhar em um site ou em um aplicativo, os indicadores de qualidade de vida na Capital, tais como segurança, energia, mobilidade, desigualdade urbana e uso do solo, dentre outros. E com esses dados vai poder monitorar e cobrar a execução dos projetos que impactam a cidade.

Este é um dos objetivos da Rede de Monitoramento Cidadão, que será lançada na próxima quarta-feira (5). Vitória é uma das cinco cidades brasileiras que contará com o serviço, uma iniciativa que faz parte do Programa Cidades Emergentes e Sustentáveis do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio financeiro do Fundo Socioambiental da CAIXA (FSA/CAIXA) e que tem a Baobá – Práticas Sustentáveis como agência executora do projeto. A Rede Gazeta é uma das organizações participantes da Rede de Monitoramento e também sediará o evento de fundação.

Os indicadores serão atualizados anualmente, como explica o coordenador nacional do projeto, da Baobá, Fernando Penedo. E, em paralelo, vão ser realizadas pesquisas de opinião, cujos resultados também serão divulgados, para conhecer o que a população pensa e deseja para o futuro da cidade. “O propósito é acompanhar o andamento de temas que impactam diretamente na qualidade de vida dos cidadãos”, assinala.

Em Vitória, por exemplo, um diagnóstico feito pela prefeitura identificou que algumas áreas demandam uma atenção especial: segurança, mobilidade urbana, mudanças climáticas e a gestão fiscal. Para melhorar estes indicadores, foram estabelecidas algumas metas e projetos.

É a aplicação deles, por exemplo, que poderá ser monitorada pela população, que poderá não só acompanhar o que está sendo realizado, mas também propor mudanças, ações ou até mesmo sugerir novos projetos. “O que se pretende é fortalecer a cultura de transparência e participação, de promover o debate público qualificado, de forma que fomente a eficiência na administração pública e incentive o direcionamento dos recursos públicos e privados para os setores prioritários”, explica Penedo.

O trabalho será acompanhado por organizações da sociedade civil, da iniciativa privada, meios de comunicação, faculdades e universidades. Juntos vão ajudar a entender os impasses que impedem o crescimento e o desenvolvimento da cidade e vão ainda ajudar a elaborar ações e projetos para solucionar os problemas ou cobrar a solução deles.

Na avaliação de Penedo, o monitoramento ajuda a fortalecer a democracia e estimula a população a participar dos projetos, não só acompanhando, mas tendo ainda a oportunidade de criticar ou propor novas ações.

Tudo isto é possível acompanhando os dados que vão ser divulgados no site que será criado. “Os cidadãos ganham dados confiáveis gerados a partir da análise técnica em assuntos de sustentabilidade urbana e poderão observar o que está sendo feito na construção de uma cidade sustentável.” E acrescenta: “A proposição de ideias, ações e projetos para o futuro do município a partir da sociedade civil é tão importante quanto a observação da evolução dos indicadores na cidade”.

Após o lançamento da rede, a expectativa é de que até o final do ano seja lançado o site e um aplicativo com todas as informações sobre Vitória. Ao todo vão ser 29 temas, distribuídos em 137 indicadores. O projeto contempla ainda a captação de recursos que ajudem na elaboração dos projetos.

Jornalismo e greve: a importância da imprensa durante a crise na segurança

Guilherme Ferrari

 Katilaine Chagas  e Vilmara Fernandes

Naquela manhã, dezenas de pessoas se aglomeravam em filas para abastecer seus carros. Pelas ruas circulava a informação de que os postos iriam fechar ao meio-dia porque os frentistas estavam com medo de trabalhar em decorrência da falta de policiamento. A divulgação dos fatos era creditada à Rádio CBN Vitória. Mas era boato. A editora executiva Fernanda Queiroz, âncora do programa, foi ao ar noticiar que as informações eram falsas. Na semana anterior, tinha acontecido o mesmo com a divulgação de um toque de recolher em Guaranhuns, Vila Velha, e que levara pânico aos moradores.

Guilherme Ferrari
Redação Multimídia da Rede Gazeta em Vitória

Onda

Isso foi parte da onda de desinformação que marcou os momentos iniciais dos 22 dias de greve da Polícia Militar, no último mês de fevereiro. E que levou o caos às cidades, onde assaltos, furtos, vandalismo e mortes se acumulavam pelas ruas. A população, já refém da total de falta de segurança , viu-se sem saber no que acreditar.

Foi o jornalismo profissional que se apresentou como norte na organização das informações. Lançou mão da estrutura disponível naquele momento para levar as informações apuradas, checadas e confirmadas, para a população. “Essa é a importância do jornalismo profissional, com repórteres e editores qualificados para apurar as informações, questionar as autoridades públicas, os representantes dos grevistas e demais atores envolvidos”, pondera André Hees, editor-chefe de jornalismo impresso e on-line da Redação Multimídia da Rede Gazeta.

“Pareceu-me que as pessoas precisaram muito que os veículos de imprensa ordenassem o que era verdade e o que não era”, avalia o professor de Jornalismo Rodrigo Cerqueira, da UVV, acrescentando: “O papel do jornalismo é cada vez mais necessário num momento em que as fontes de informação se multiplicam”.

Momentos de muita tensão em que a própria Rede Gazeta acabou sendo alvo da atuação criminosa. Contra seu prédio foram disparados quatro tiros, como lembra o diretor de Jornalismo Abdo Chequer. Uma cobertura que contou com a atuação de repórteres de todas as áreas – esportes, cultura, política. “Todos se valeram do mesmo princípio a que já estão acostumados, o de apurar a verdade”, destaca.

Nem sempre foi possível estar em todos os lugares, principalmente quando eram coberturas de homicídios e em locais que já eram carentes de segurança e onde ela desapareceu por completo.

A imprensa, lembra a repórter da editoria de Polícia Mayra Bandeira, foi muito cobrada sobre as informações relativas aos homicídios. “E com razão. Queriam informações sobre as histórias por trás dessas mortes, para que elas não se transformassem apenas em estatísticas. Mas nem sempre foi possível ir ao local”, diz.

Ela esteve no Departamento Médico Legal (DML) e acompanhou a chegada dos corpos, na trágica segunda-feira em que 41 pessoas foram assassinadas.

Fernando Madeira
Membros do Exército durante protesto de populares contra a paralisação da Polícia Militar em frente ao Quartel de Maruípe

Exclusivo

Uma explosão de homicídios que começou a ser denunciada por A GAZETA logo nos primeiros dias do movimento grevistas. Cobranças que também foram feitas em relação à ausência de policiamento nas ruas, quando os militares começaram a retornar ao trabalho.

Nossas equipes conseguiram ainda antecipar muitas informações para a população, disponibilizadas em tempo real. Foi o que ocorreu com a publicação da primeira lista dos policiais punidos por sua participação no aquartelamento. Um dia antes do anúncio já havíamos divulgado, com exclusividade, a informação de que haveria punição.

Em muitas situações foi necessário orientar a população, mostrando, por exemplo, que era falsa a manifestação que iria “parar o Espírito Santo” na sexta-feira de carnaval. Os próprios sindicatos citados nos panfletos, ouvidos pela reportagem, negaram sua participação.

Alerta

Ao vivo, a editora e âncora do CBN Vitória, Fernanda Queiroz, chegou a fazer um alerta: “As informações verdadeiras, quando divulgadas na CBN, vão ser compartilhadas ainda em todos os veículos da rede. Olhem o nosso site, as nossas redes sociais. Tudo o que divulgamos tem no nosso selo: checagem, apuração e comprometimento com a verdade. Confira as informações antes de repassá-las.”

Fernanda observa que as redes sociais e os aplicativos de mensagens são de grande importância inclusive para os veículos de comunicação. “Precisamos chegar aos nossos ouvintes, de todas as formas”, pondera. Mas, ressalta, “até nas redes sociais particulares, é preciso fazer uma checagem mínima antes de repassar as informações”, assinala.

E as dificuldades são ainda maiores, observa o diretor-geral da Rede Gazeta, Café Lindenberg, porque atualmente é fácil produzir uma notícia falsa, com ares de verdade, e imputar a uma fonte de credibilidade. E que acaba sendo incentivada pelo próprio modelo de negócio das empresas responsáveis pelos aplicativos e redes sociais.

Quanto mais divulgação, melhor. “Não há preocupação, como o jornalismo técnico, profissional, possui, de checar e apurar a veracidade das informações, que são apenas divulgadas.” Mas já há pressão social, acrescenta Café, no sentido de que, ou se referenda o jornalismo técnico, ou se criem regras para evitar a circulação de informações falsas.

Futuro

Hoje os esforços são para manter a cobertura das consequências desse episódio, que trouxe para o Estado 3.456 homens da Forças Nacional e Armadas. Foram eles que garantiram a segurança durante a paralisação. Parte dessa tropa já foi embora e os últimos vão até o dia 27 de março.

Permanece ainda o acompanhamento das punições – mais de 2.500 respondem a inquéritos policiais militares, e mais de 500 a processos administrativos que podem levar à demissão. E das centenas de crimes cometidos, incluindo os mais de 200 assassinatos.

“Não sabíamos o quanto se estenderia”

“Estava de plantão no primeiro domingo de paralisação. Desde cedo, inúmeras notícias de homicídios, roubos e saques às lojas começaram a surgir, exigindo que nos deslocássemos a todo momento. Uma fila de vítimas se formou na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, enquanto na Delegacia de Homicídios, ocorrências não paravam de chegar. Naquele dia, não sabíamos ainda o quanto a crise se estenderia.”

Maíra Mendonça – repórter da editoria de Cidades

“Sensação de que nada voltaria”

“Por vários dias, era um deserto, que só víamos em filmes de terror. A sensação era de que nada voltaria ao normal. Ninguém pensou, no primeiro dia, que o movimento alcançaria a proporção a que chegou. Fica a experiência profissional de lidar com esse tipo de cobertura. Levamos todas as informações em tempo real para quem estava angustiado esperando para voltar à vida normal.”

Kaique Dias – Repórter da CBN Vitória

“Vimos corpos espalhados pelo chão”

“Houve dificuldade para falar com as mulheres dos militares, que em diversos momentos se recusaram a conversar com a imprensa. Outra foi conseguir identificar as lideranças. Além da insegurança na rua, ainda convivemos com histórias de quem foi vítima de violência. No DML, vimos corpos espalhados pelo chão e ouvimos histórias de pessoas que aguardavam até quatro dias para conseguir identificar o corpo do familiar.”

Diony Silva – Repórter da CBN Vitória

“Queriam uma cobertura unilateral”

“Presenciei duas perspectivas. Como cidadão, sensação de estado de sítio, a falta de segurança efetivada pela greve não assumida pelo movimento dos militares. E teve também a intolerância por parte dos policiais militares contra as outras empresas de comunicação, mas mais claramente contra a nossa. Todo policial militar e todo familiar deles se colocavam agressivamente contra a nossa presença. Queriam cobertura unilateral.”

Marcelo Prest – Fotógrafo de A GAZETA

“Um deles me apontou o dedo”

“Estava fazendo a cobertura do embate entre familiares de policiais militares e alguns PMs à paisana e moradores da região que não concordavam com a paralisação da classe, em frente ao Batalhão de Maruípe, em Vitória. Assustador. Fui cercado por quatro homens; foi quando um deles me apontou o dedo no rosto e perguntou aos gritos: ‘Você trabalha em qual empresa? Sai fora daqui, imprensa suja’.”

André Rodrigues – Repórter da Editoria de Esportes

“Tinha medo até da minha sombra”

“O estresse começava antes mesmo de sair de casa. Entrava no serviço de madrugada, ia para as ruas desertas ainda no escuro e tinha medo até da minha sombra. Com o passar dos dias, a tensão só aumentava. O pior momento foi quando vi homens armados, com coletes à prova de balas, se posicionando para um possível confronto, bem na minha frente. Aquele dia tive vontade de chorar. Mas sempre me segurei.”

Gabriela Ribeti – Repórter da TV GAZETA

“Tinha várias pessoas morrendo”

“A maior angústia era saber que no meio de tanto caos tinha várias vidas e pessoas morrendo, que, no final, resumiam-se a contagem de números. O que mais me chocou foi chegar ao DML de Vitória e saber que estavam fazendo mutirão para reconhecer os corpos. Tinha uma quantidade enorme de gente morrendo. Eram os jovens negros, pobres, de periferia.”

Patrik Camporez – Repórter da editoria de economia

“Nós fomos ameaçados”

“Nem cobrir os protestos (em 2013) foi tão apavorante como essa cobertura. A gente não sabia o que poderia acontecer, não só em relação aos bandidos, mas também com a reação da própria polícia. Uma mulher policial falou em bater na Gabi (Gabriela Ribeti, repórter) no quartel. Nós fomos ameaçados por policiais militares. Está tenso o clima? Está, mas vamos continuar mostrando os fatos.”

Fernando Estevão – Cinegrafista da TV GAZETA

“Sobrevivemos à violência”

“Este deve ser um consenso entre os jornalistas que cobriram a crise de segurança no Espírito Santo: sobrevivemos à violência e ao cansaço. Tão assustados quanto os demais cidadãos, estivemos nas ruas, nas portas dos batalhões da Polícia Militar, no Departamento Médico Legal e, claro, sempre nas redações. Foi necessário um esforço muito além do habitual para garantir que houvesse notícia.”

Manoela Albuquerque – Repórter do G1

Nos 22 dias de greve dos policiais militares, o número de visualizações no Gazeta Online, no mês de fevereiro, triplicou em relação à média mensal, chegando a 60 milhões de page views. Foi o resultado, avalia o editor executivo digital Aglisson de Souza Lopes de um esforço conjunto de diversos profissionais. “O objetivo era levar o maior número de informações em um momento tão delicado como o que atravessamos”.

Já na Rádio CBN Vitória, relata a editora Fernanda Queiroz, no mês de fevereiro, o crescimento foi de 23%, de acordo com o Ibope.

Conteúdo

No caso do Gazeta Online, o caráter multimídia foi reforçado com a participação de profissionais de jornalismo impresso, rádios e TV. Trata-se de uma das vantagens da internet: possibilitar a transmissão de conteúdo variado aproveitando texto, foto, vídeo e áudio. “E contamos ainda com grande participação dos internautas na cobertura, com milhares de colaborações em vídeo, fotos e informações variadas”, relata Lopes.

Em um momento de grande circulação de informações via redes sociais e aplicativos, o grande desafio, lembra Lopes, foi manter a calma e praticar o verbo essencial do jornalismo: checar. “Muitas vezes fomos criticados por internautas por ainda não divulgar algo que já circulava pelos grupos de WhatsApp, por exemplo. Mas não nos incomodamos com isso. Estávamos checando, apurando, em busca da notícia correta. E creio que é por esse motivo que ainda confiam no jornalismo, mesmo com tanta informação circulando. Os números mostram isso.”

Divulgação
Philipe Lemos e Rafaela Marquezini no ESTV 1ª Edição

TV

Na primeira semana do movimento, quando os crimes atingiram os maiores picos, o número de pessoas acompanhando a TV Gazeta dobrou, superando 30 pontos de audiência. “A população estava ansiosa para saber o que acontecia. A nossa liderança na audiência foi um reflexo da nossa presença nas ruas, e de uma confiança que só aumentou, por meio de um trabalho incansável, crítico e corajoso, onde tudo é apurado à exaustão!”, assinala o editor-chefe da TV Gazeta, André Junqueira.

As reportagens produzidas pela TV Gazeta estiveram presentes em todos os telejornais locais e nacionais. O dia começava com entradas, ao vivo, no Hora 1 (às 5h), seguindo no Bom Dia Brasil, no Jornal Hoje, no Jornal Nacional e no Jornal da Globo. “Dá orgulho saber que a população reconheceu, o que aumenta a nossa responsabilidade. A prática do bom jornalismo é um dever que devemos reforçar diariamente”, assinala Junqueira.

“A população viu nos meios convencionais um meio de validar as informações que circulavam. Isso para o jornalismo é boa notícia”, avalia Fabiano Mazzini, professor do curso de Jornalismo da Faesa.

“Nada substitui o repórter na rua” – André Hees, editor-chefe da redação integrada

Em momentos como a greve da PM, fica mais evidente a importância do jornalismo profissional. Não é possível se manter informado somente pelas redes sociais, onde há muito ruído. Por isso cresceu a audiência dos veículos da Rede Gazeta: o jornalismo é uma referência para a sociedade entender o que está acontecendo realmente. Jornalistas são preparados para checar as informações, ouvir todos os lados. Se o governo diz que a polícia está na rua, nossos profissionais vão às ruas verificar. E verificamos falhas no policiamento, moradores da periferia dizendo que nem a polícia nem as forças nacionais estavam lá; ouvimos a população amedrontada, os comerciantes vítimas de saques. Apuramos o prejuízo na economia estadual. Demos nome e sobrenome das vítimas de homicídio, mostrando que a tragédia não é mera estatística. Demos em primeira mão informações importantes, como a primeira lista com os 150 policiais processados e a decisão de reformar a PM. Penso que fizemos uma cobertura abrangente, crítica, ouvindo todos os lados envolvidos. Acredito que prestamos um serviço relevante para a sociedade, num momento dramático. As redes sociais são uma ferramenta útil, inclusive para a transmissão de dados e o processo de apuração. Mas não é possível acompanhar uma crise dessas somente por WhatsApp ou Facebook. Nada substitui o repórter na rua.

Associação internacional defende trabalho da imprensa no ES

Divulgação

Mais duas associações manifestaram apoio ao trabalho desenvolvido pela imprensa do Espírito Santo na cobertura dos fatos relacionados à crise na segurança pública do Estado. A Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) condenou em nota o ataque com tiros à fachada da sede da Rede Gazeta, ocorrido na madrugada de quinta-feira (9) em Vitória,  e defendeu a liberdade de imprensa com base na Declaração de Princípios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA). A AIR manifestou solidariedade a funcionários e diretores da Rede Gazeta e pediu rigorosa apuração dos fatos pelas autoridades locais.

Além dos jornalistas da Rede Gazeta, equipes dos telejornais da TV Globo, programa Fantástico e da Globonews compartilham as instalações da TV Gazeta para cobertura dos acontecimentos dos últimos dias.

Nesta sexta-feira,  a Associação Brasileira de Agências de Publicidade encaminhou carta ao diretor-geral da Rede Gazeta, Café Lindenberg, solidarizando-se com a TV Gazeta, seus diretores e funcionários, diante do atentado à sede da emissora.  “A AbapAP junta-se às entidades representativas da comunicação brasileira no repúdio à violência cometida e em defesa da liberdade de imprensa, fundamental para a vida democrática”, reforçou o presidente da Abap,  Armando Strozenberg.

Já Associação Brasileira de Comunicação Empresarial,  Aberje publicou em site e redes sociais, nota condenando o ataque e as ameaças e agressões sofridas pelos jornalistas envolvidos na cobertura da greve da Polícia Militar. O movimento da categoria já dura sete dias.

Veja íntegra da nota da Aberje:

Auditório da empresa foi alvo de tiros
Auditório da empresa foi alvo de tiros

A Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial condena veementemente a agressão sofrida pela imprensa na madrugada de quinta-feira (9). Na data, a sede da Rede Gazeta em Vitória (ES), afiliada da Rede Globo no estado, foi alvo de tiros, que quebraram as vidraças do local.

Lamentamos profundamente o ocorrido e prestamos solidariedade à emissora. Os casos que vêm ocorrendo em Espírito Santo são inadmissíveis, inclusive as ameaças e agressões que jornalistas têm sofrido na cobertura dos recentes episódios no estado, segundo relatos das entidades que representam a categoria.

A base de uma sociedade livre é uma imprensa livre, que só pode existir com a total segurança dos profissionais de comunicação.

 

Veja também a íntegra da nota da AIR:

AIR on Line 941-8/2017  
9 de Febrero de 2017  
 
REPUDIO Y CONDENA DE LA AIR ANTE ATAQUE A REDE GAZETA DE BRASIL
 
La Asociación Internacional de Radiodifusión – AIR – repudia y condena enérgicamente el ataque perpetrado contra la sede del Grupo Rede Gazeta, acontecido hoy jueves 9 de febrero en la localidad de Vitória, capital del Estado Espírito Santo, República Federativa de Brasil.
 
El local de la emisora recibió esta madrugada cuatro disparos de bala, que quebraron los ventanales del salón ubicado frente la calle, donde habitualmente se realizan reuniones y eventos. En el momento del ataque no había ninguna persona en el local.
 
La Declaración de Principios sobre Libertad de Expresión de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos de la OEA señala: “El asesinato, secuestro, intimidación, amenaza a los comunicadores sociales, así como la destrucción material de los medios de comunicación, viola los derechos fundamentales de las personas y coarta severamente la libertad de expresión. Es deber de los Estados prevenir e investigar estos hechos, sancionar a sus autores y asegurar a las víctimas una reparación adecuada”.
 
La AIR se solidariza con trabajadores y directivos de Rede Gazeta de Brasil al mismo tiempo que exhorta a las autoridades locales a realizar una pronta y rigurosa investigación para determinar los responsables de este grave hecho.
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La Asociación Internacional de Radiodifusión – AIR es una organización fundada en 1946 que representa a más de 17.000 emisoras privadas de radio y televisión y tiene por objetivo fundamental la defensa de la radiodifusión privada y libre y la vigencia efectiva de la Libertad de Expresión del Pensamiento.
   

 

 

Festa da semifinal do concurso Garota do Samba é cancelada na Matrix Music Hall

Ismael Inoch
Escolas de Samba da Grande Vitória escolheram suas representantes

A TV Gazeta divulgou, na manhã desta quinta-feira (09), o cancelamento da festa de semifinal do concurso Garota do Samba 2017. Evento seria realizado neste sábado (11) na Matrix Music Hall, no município de Cariacica, com os shows da banda Pique Novo e o Grupo Nosso Sentimento. A decisão foi tomada para garantir a integridade do público diante dos últimos episódios que marcam a instabilidade dos serviços de segurança pública no Espírito Santo.

Ismael Inoch
Candidatas do Concurso durante apresentação no ESTV 1ª edição

As novas datas da disputa e posteriores mudanças no andamento do concurso serão comunicadas nos próximos dias, inclusive nos telejornais da emissora. A disputa conta com a participação de 12 candidatas escolhidas pelas escolas de samba da Grande Vitória. O regulamento do Garota do Samba prevê a final com votação popular na internet.

Associações de imprensa repudiam ataque à Rede Gazeta em Vitória

Bernardo Coutinho
Tiros atingiram auditório da Rede Gazeta

A Rede Gazeta foi atingida por cinco disparos em direção à sede da empresa, localizada em Vitória, no Espírito Santo, na madrugada desta quinta (09). Felizmente não houve vítimas e todas as medidas cabíveis já foram tomadas para garantir a integridade dos funcionários e o cumprimento da sua missão de informar a população.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgaram nota de repúdio condenando o ataque com tiros que quebraram as vidraças do auditório, onde são realizados eventos e reuniões:

Bernardo Coutinho
Tiros atingiram auditório da Rede Gazeta

“As associações condenam com veemência mais esta agressão à liberdade de imprensa e pedem às autoridades locais uma rigorosa apuração dos fatos. As associações registram ainda, com grande preocupação, as ameaças e agressões que os jornalistas do Espírito Santo têm recebido em função da cobertura dos recentes episódios no Estado. Ao mesmo tempo, alertam para a disseminação de notícias falsas pelas redes sociais, gerando desinformação e insegurança. Trata-se de mais uma demonstração da importância fundamental do jornalismo profissional para a sociedade”, diz o texto da nota.

Divulgação
Sede da Rede Gazeta em Vitória

Confira a integra da nota das associações de imprensa que também destacam a preocupação com as ameaças e agressões que os jornalistas do Espírito Santo têm recebido em função da cobertura dos recentes episódios envolvendo a segurança pública no Estado.

 Divulgação