Rede Gazeta tem novos presidente e diretor-geral; conheça a estrutura

A partir desta sexta-feira (01), a Rede Gazeta tem nova organização executiva. Café Lindenberg, que estava à frente da direção-geral desde 2001, assume a cadeira de presidente do grupo. Em seu lugar assume Marcello Moraes, até então diretor de Negócios da empresa. A passagem de bastão acontece depois de aproximadamente dois anos de planejamento da transição.

Café assumirá também a presidência do Conselho de Administração da Rede Gazeta, antes ocupada por seu pai, Cariê Lindenberg, que faleceu em abril deste ano. Na condição de presidente, ficarão com ele, também, as diretrizes editoriais do grupo, junto do diretor de Jornalismo, Abdo Chequer.

Marcello, agora novo diretor-geral, está na empresa desde 2016. Antes, foi CEO da Infoglobo e membro efetivo do Conselho de Administração do jornal Valor Econômico S/A, do Instituto Verificador de Circulação (IVC) e da International Newsmedia Association (Inma).

Confira abaixo a nova estrutura organizacional da empresa:

Marcello Moraes e Café Lindenberg falam sobre transição de comando na Rede Gazeta

Sob gestão da família Lindenberg desde 1949, a Rede Gazeta anunciou, nesta quarta-feira (15), a conclusão de seu plano de transição de comando, que passa a valer no próximo dia 1º de outubro. O diretor de Negócios do grupo, Marcello Moraes, assumirá o cargo de diretor-geral, enquanto Café Lindenberg passará a ocupar a cadeira de presidente da rede de comunicação, que completou 93 anos no último sábado (11).

Essa transição, conforme frisam Café e Marcello, vem sendo construída há cerca de dois anos e busca consolidar a Rede Gazeta como referência em comunicação regional, com sólidos investimentos em inovação, tecnologia e entrega de conteúdo diferenciado.

À frente da empresa desde 2000, Café destaca que não deixará o expediente na sede do grupo, em Vitória, e que, como presidente, planeja se dedicar mais ao posicionamento institucional e à condução editorial, sobretudo em tempos de tantos desafios para empresas de mídia em todo o mundo. Confira as entrevistas a seguir:

CAFÉ LINDENBERG

Após 20 anos na direção-geral da Rede Gazeta, como foi a decisão de passar o bastão?

Foi uma decisão muito ponderada. Este momento foi preparado e amadurecido ao longo dos últimos cinco anos. O falecimento de papai (o empresário Cariê Lindenberg), em abril, abriu o posto de comando no Conselho de Administração do grupo e me trouxe a reflexão de que havia chegado a hora de assumir novas responsabilidades e concluir a transição.

Até aqui não existia a posição de presidente do grupo. Quais serão suas atribuições a partir de 1º de outubro?

Eu não pretendo me afastar do negócio, mas dedicar-me, com mais tempo livre, a pensar o futuro da Rede Gazeta e pesquisar muito sobre caminhos de crescimento para o grupo. Espero poder contribuir ainda mais com as reflexões e a agenda do Conselho de Administração que também presidirei. O Marcello, que assume a direção-geral em meu lugar, conhece muito bem a Rede e o negócio de mídia, e estou bastante confortável em deixar nas suas mãos a condução da empresa. Quero continuar contribuindo em questões estratégicas e na também condução da linha editorial do grupo, que seguirá pelo caminho seguro que foi trilhado por meu pai durante a sua jornada à frente da Rede.

Em 2019 a empresa promoveu um significativo movimento, interrompendo a circulação diária de jornal impresso. Depois, veio a pandemia e A Gazeta tornou-se uma marca 100% digital. Como você enxerga o futuro da empresa e, especificamente, do jornalismo?

Vejo que nosso papel como empresa jornalística continua sendo crucial para a sociedade capixaba, e continuará sendo o propósito e a inspiração de nossa existência como empreendimento. A mediação e a curadoria que o jornalismo profissional executa, por excelência, é insubstituível como ferramenta civilizatória. Estamos construindo novas plataformas e novos modelos de negócio que servirão de base para essa nova fase do jornalismo que está emergindo desse momento de intensa transformação.

Seu pai, Cariê Lindenberg, falecido em abril, é muito lembrado como um empresário que tocou a Rede Gazeta com um quê de poesia, camaradagem e olhar próximo dos funcionários, independentemente da posição deles. O que dessa filosofia permanece na empresa de 2021 em diante?

Suas ideias seguem presentes em nossas crenças e valores, e influenciam a maneira com que conduzimos os negócios. Temos um excelente ambiente interno, que inspira os que estão juntos conosco nessa jornada. Somos idealistas e sonhadores, mas sabemos, também por ensinamentos dele, que as coisas têm que se adaptar a novos tempos, sem perder sua essência. A parte da poesia, que é eterna, continua a cargo dele, nos inspirando a cada dia.

 

Café Lindenberg (à direita) assume a presidência da Rede Gazeta; Marcello Moraes é o novo diretor-geral do grupo (Fotos: Vitor Jubini/Divulgação Rede Gazeta)

MARCELLO MORAES

Após 5 anos na Rede Gazeta, você chega à posição de diretor-geral. O que muda a partir daqui? Qual marca você acha que trará para o comando da empresa e para as relações dela com o Espírito Santo?

As coisas já vêm mudando há muito tempo na Rede Gazeta e vão continuar assim. Temos hoje uma empresa mais ágil, mais conectada, mais integrada e com um enorme apetite para inovar. Recursos não nos faltam. Temos uma equipe capacitada, infraestrutura de suporte, marcas conhecidas e reconhecidas pelos nossos clientes, além de um propósito claro e conhecido pelos parceiros. Assumir a direção-geral seria um privilégio para qualquer profissional e não será diferente comigo, mas pretendo manter firme nosso propósito e valores, buscando crescimento sustentável a longo prazo e uma conexão cada vez mais forte com os capixabas.

Nos últimos anos você comandou a área de Negócios, uma superdiretoria que abrangia áreas cruciais para o grupo, como comercial, projetos e inovação. Em que grau essa experiência lhe cacifou para a direção-geral?

Desde 2016 que a Rede vem trabalhando na integração de suas áreas. Começamos com os veículos e depois com as áreas de negócios, suporte e operações. Essa diretoria ficou então responsável pela gestão de toda a operação da empresa. A grande vantagem pra mim foi poder conhecer com mais profundidade os processos, as dinâmicas e os indicadores de resultados de praticamente todas as áreas da Gazeta.

O que os capixabas podem esperar da Rede Gazeta neste novo ciclo?

Uma empresa inquieta, inovadora, criativa, com foco no cliente e no consumidor de informações, e ao mesmo tempo firme no seu propósito de contribuir para o desenvolvimento do nosso Estado e dos capixabas, oferecendo serviços úteis, relevantes e confiáveis de informação, cultura e entretenimento.

Embora seja engenheiro por formação, você tem um extenso currículo ligado à comunicação e empresas de mídia (Infoglobo, Valor Econômico, ). Como vê o papel dos grupos de mídia neste momento e, mais que isso, como preparar-se para o futuro?

Tem uma frase de um ex-chefe meu, muito apropriada pro momento: “Não se faz mais futuro como antigamente”. Antes, apostávamos no futuro e hoje precisamos descobri-lo. Isso muda tudo em termos de gestão. Não existem mais ciclos de 5 anos. Trabalhamos agora com ciclos muito mais curtos de estratégia, e as mudanças estão acontecendo em todos os setores. Veja o que aconteceu na indústria fonográfica, no setor hoteleiro, financeiro, na educação, táxis, cinema, enfim… as novas tecnologias estão todas aí: IOT, machine learning, realidade virtual, impressão 3D, inteligência artificial e muitas outras.

Cabe-nos aproveitá-las da melhor maneira seguindo cada vez mais a teoria de Darwin. A importância da adaptação é absoluta. As chances estão todas ao lado de quem é capaz de se adaptar. Os grupos de mídia têm sido muito afetados não só pela pulverização da publicidade e do conteúdo, mas também pela mudança nos hábitos de consumo. Precisamos conhecer cada vez mais nossos clientes e usuários levando propostas de valor. Para isso a adaptação é fundamental, e sobre isso eu tenho certeza que a Rede Gazeta larga com certa vantagem, porque já reconhece suas necessidades e o horizonte aonde quer chegar.

Veja como será a nova estrutura organizacional da Rede Gazeta: