Rumo ao centenário, A Gazeta cria nova área com foco em inovação e performance

Em 1928, A Gazeta deu início à sua trajetória como jornal impresso. Nas nove décadas seguintes, modernizou-se, ganhou cores, inaugurou sua página na internet em 1996, chegou a vender 100.000 exemplares em papel em um único dia e, em 2019, fez um relevante movimento de transformação digital, encerrando as atividades impressas. Agora, já de olho no centenário, dá mais um passo na jornada de inovação, passando a operar com uma Gerência-Executiva de Produto.

A nova estrutura, anunciada nesta quarta-feira (29) pela Rede Gazeta, ficará sob liderança da jornalista Elaine Silva, que tem uma trajetória de quase 25 anos no grupo de comunicação. À frente da Redação de A Gazeta e CBN Vitória desde 2019, Elaine migra para a Diretoria de Inovação e Novos Negócios do grupo, onde vai liderar o novo time de Produto Digital.

Na entrevista a seguir, Elaine explica o que a levou a abraçar o novo desafio na carreira e faz uma análise de como o setor de mídia deve encarar as transformações e inovações enquanto a automação e a inteligência artificial avançam cada vez mais rápido sobre o Jornalismo. Confira:

Você entrou na Rede Gazeta em 1998 e, desde então, passou por praticamente todas as posições dentro da Redação de Jornalismo. O que te levou a esta virada de chave, agora, passando para uma área de estratégia digital e de negócio?

Realmente o convite me pegou de surpresa porque são quase 25 anos dedicados às reportagens e decisões editoriais. Entrei na Rede como residente em 1998 e no ano seguinte fui contratada como repórter. De lá pra cá fui editora-adjunta, colunista, editora de Economia, editora-executiva, ou seja, nunca tive outro emprego além da Rede Gazeta. Em 2019, fui chamada para liderar um dos maiores desafios da empresa e também da minha carreira, com a decisão de descontinuar o impresso diário e fazer a transformação digital da Redação, com o foco total no site A Gazeta.

Nesses 4 anos, com direito a uma pandemia no meio, vivenciamos um grande aprendizado na redação. Aprendemos a trabalhar em home office, montamos uma Redação Integrada envolvendo todos os veículos jornalísticos da Rede, e tivemos um mergulho profundo nas estruturas que movem um produto digital. Portanto, por mais que tenha sido surpresa, já estou vindo de um ciclo de muitas transformações, e esse novo passo vai coroar um novo momento não só da empresa, mas também da minha carreira. O legal é ver que a Rede Gazeta está antenada com um movimento mundial de ter jornalistas seniores nesta posição tão estratégica.

Afinal, qual será a missão da Gerência-Executiva de Produto?

A nova gerência é responsável por tudo que envolve o produto A Gazeta, a partir de uma estratégia focada nas necessidades de seus usuários e na sustentabilidade do negócio. A missão é perseguir metas que tragam impacto e relevância para fazer um Espírito Santo cada vez melhor, além de gerar receitas para manter a independência financeira do produto. Suas responsabilidades incluem priorização de tarefas para o site funcionar melhor e diálogo constante com as equipes editoriais para garantir conteúdos em formatos criativos, úteis e com experiência envolvente.

Esta estrutura existe em outros veículos jornalísticos do país? Como foi o processo de construção do modelo que você vai liderar em A Gazeta?

Existe um movimento interessante que vem sendo feito em redações que resolveram apostar forte no digital, como A Gazeta fez. Essas mudanças constantes na forma do usuário consumir notícias vêm exigindo cada vez mais das empresas uma aposta forte na gestão do produto. Mas não são todas os veículos que criaram em uma Gerência-Executiva de Produto. Muitas têm Gerência de Produto, mas com foco no gerenciamento de backlogs, lista de priorização de tarefas no desenvolvido do site. Entretanto, há um movimento recente em redações para uma estruturação de produto de uma forma mais executiva, em que o gestor também tem uma visão geral da estratégia, da sustentabilidade financeira, além da performance do produto.

Em 2019, quando A Gazeta fez o movimento de transformação digital, muito se falou em fortalecer a marca em outras plataformas, dialogar com o leitor e com os assinantes em formatos inovadores. Acha que essa meta foi cumprida? E o que pode ser acelerado a partir daqui?

Vale lembrar que descontinuamos o impresso diário no final de 2019 e começamos o ano de 2020 com um foco muito forte nessa questão de mudanças na forma de produzir e distribuir o conteúdo. A questão é que todo esse processo foi muito acelerado pela pandemia e o que já era muito mutante ficou exponencial. Tivemos que produzir mais, com mais foco em saúde, e entregar a notícia quase em tempo real diante da necessidade de todo mundo saber sobre a Covid-19, as vacinas, e os cuidados em geral com o adoecimento da população. Isso nos aproximou das pessoas ainda mais, afinal a maioria delas estava fazendo tudo de casa.

Experimentamos os maiores picos de audiência do site até hoje. Por isso, acredito sim que cumprimos a meta de estar mais próximos do público e em quais plataformas eles desejavam. O exemplo disso foram os grupos de WhatsApp do site, que até hoje são um sucesso entre os capixabas. Passada a pandemia, vieram outras questões como aumento de fake news, aversão do público por notícias ruins, polarização política, e mais recente a chegada inteligência artificial. Ou seja, acredito muito que o mergulho total no mar do digital veio na hora certa para A Gazeta, isso nos credenciou a saber enfrentar grandes ondas e superar vários desafios.

Mas elas (ou eles) continuam crescendo, e agora, a oportunidade é ter um time ainda mais dedicado ao produto, para entender melhor o público, seus gostos, seus objetivos, e, na outra ponta, também estar mais próximo do mercado, diante de tantos clientes que vêm nos valorizando, sendo parceiros comerciais.

Nos próximos meses você e seu novo time têm a missão principal de construir uma estrutura sólida de liderança, estratégia e metas para 2024. Já há um “objetivo maior” para o próximo ano?

Ainda estamos nas discussões preliminares sobre estratégia e metas. Mas uma coisa que temos certeza é a de que não abriremos mão do engajamento do público capixaba. Não importa se ele gosta de política, economia, opinião, trânsito, clima, polícia ou entretenimento. Ou se gosta de formato em vídeo, áudio ou texto. Menos ainda se quer entrar no site pela página principal, pelo site de busca ou pelas redes sociais. Essa escolha quem faz é o usuário e nós temos que estar prontos para atendê-lo. Sabemos que temos que facilitar a vida do leitor, fazer com que ele chegue e se sinta bem no site, ao se relacionar com nosso conteúdo. De outro lado, entendemos a importância de manter uma independência financeira, através de um negócio sustentável.

Na sua opinião, a jornada de transformação e consolidação de A Gazeta como produto digital sustentável dialoga com a inteligência artificial?

Sabemos que a IA vai mudar ainda mais a forma do leitor consumir conteúdo. Quanto mais a gente antecipar esses movimentos, ler tendências e traçar uma estratégia de adaptação a esse novo momento, poderemos usar a IA para algo proveitoso, que nos aproxime dos usuários. A questão é entender as ameaças, como aumento da desinformação e desrespeito aos dados e direitos autorais. E na outra ponta usar essa tecnologia para facilitar o trabalho, aprofundar o conhecimento sobre a audiência, agilizar a chegada da informação ao leitor.

Aliás, tem como escapar dos impactos da IA no jornalismo?

Escapar não é a palavra na minha opinião. Acredito que tenhamos que conviver, enfrentando os desafios que virão e aprendendo com as oportunidades que também vão ser criadas.

A Gazeta mira o futuro do produto digital e cria modelo para gerenciar estratégias e entrega de conteúdo

Para acompanhar o movimento dos maiores sites de notícias do Brasil e do mundo, a Rede Gazeta anunciou, nesta quarta-feira (29), a criação de uma nova estrutura de governança estratégica de seu principal produto digital, o site A Gazeta. A jornalista Elaine Silva, que desde agosto de 2019 atuava como editora-chefe do veículo e da CBN Vitória, assume o cargo de gerente-executiva de produto, e passa a liderar um time focado em performance, metas e inovações para se aproximar ainda mais os leitores e o mercado anunciante.

Com experiência de quase 25 anos na empresa, Elaine passa a liderar o time de Produto Digital, uma equipe formada por profissionais de Jornalismo, Inteligência de Dados, SEO e Marketing. O modelo está na vanguarda das melhoras práticas de redações do país, e visa construir, já para o começo de 2024, uma visão estratégica de sustentabilidade e inovação do site.

 

“Poucas redações do Brasil têm, hoje, uma gerência-executiva de produto. Muitas têm uma posição semelhante, mas com atuação de facilitador e administrador de backlogs. Entretanto, há uma tendência recente no Jornalismo que é o de ter um gestor com visão geral de sustentabilidade e performance do produto como algo que é consumido e que, portanto, precisa atender às demandas da audiência e do mercado anunciante”, explica Elaine. A nova gerência é fundamental na tomada de decisões sobre o que deve ser desenvolvido, considerando tanto as necessidades dos usuários quanto a estratégia do site jornalístico.

O diretor de Inovação e Novos Negócios da Rede Gazeta, Dudu Lindenberg, a quem o time de Produto Digital se reportará, elogia as credenciais de Elaine para assumir o cargo, que é inédito na organização. “Elaine tem o DNA da Rede Gazeta, foi a editora-chefe que conduziu um dos capítulos mais relevantes da história – quando abraçamos de vez as plataformas digitais – e, além disso, tem a confiança dos times e uma visão ampla sobre a relevância do veículo. Estou certo de que o trabalho que começamos aqui é um marco para nossa visão de futuro”, diz Dudu.

Independência editorial

A jornada de inovação e de transformações de A Gazeta mantém intacto um compromisso público com o capixaba, que vem desde 1928: a independência editorial e o foco em jornalismo profissional para contribuir com o desenvolvimento do ES. E quem herda de Elaine Silva a missão de comandar o site de notícias mais longevo do Estado é o jornalista Geraldo Nascimento.

Especialista em experiências digitais, gestão e engajamento e Master em Jornalismo, gestão estratégica e marcas, Geraldo está na Rede Gazeta desde 2004. Agora, como editor-chefe de A Gazeta e CBN Vitória, atuará lado a lado com o editor-chefe de Telejornalismo, Bruno Dalvi, na Redação de Jornalismo.

“O compromisso com o leitor é algo que A Gazeta preserva desde seu início, há 95 anos. Recebo essa missão com esse compromisso e o de dar continuidade ao trabalho focado na transformação digital, na entrega de conteúdo em diferentes plataformas e no equilíbrio jornalístico. A Gazeta seguirá como o veículo que mais conhece o Espírito Santo”, frisa Geraldo.

O diretor de Jornalismo, Abdo Chequer, destaca a carreira de Geraldo como “brilhante” e reitera a confiança no trabalho que será desenvolvido: “Geraldo entrou na empresa como aluno do Curso de Residência, foi repórter do jornal impresso, da TV, e liderou diferentes times. Suas marcas são a gentileza, o equilíbrio, a capacidade de escuta. Bom jornalismo se faz com esses fatores, e estamos seguros de que as mudanças só vêm fortalecer nosso compromisso com o Espírito Santo e com os cidadãos”.

Jornalistas da Rede Gazeta são vencedoras do Prêmio Mulher

Texto: Victor Mattedi

Na noite da última quinta-feira (05), duas mulheres da Rede Gazeta levaram para casa o Prêmio Mulher, promovido pela ArcelorMittal. A premiação interestadual tem como objetivo valorizar o empoderamento feminino, e nesse quesito, Elaine e Karine deram um show nas categorias empresa privada – média e grande empresa e imprensa.

Para Elaine Silva, editora-chefe de A Gazeta, foi a oportunidade de ir além do jornalismo. “O projeto Todas Elas é uma reconexão com meu propósito, que vai muito além do meu amor pela minha profissão, o jornalismo. Estar à frente do projeto me leva para um lugar que sempre quis estar: o de mostrar para a sociedade que as mulheres juntas podem mudar realidades e fazer a diferença umas nas vidas das outras. Quero sempre estar em posições e lugares que valorizem mulheres, as inspirem a sonhar e realizar seus feitos mais desejados”, diz Elaine.   

Já para Karine, repórter do Estúdio Gazeta e vencedora na categoria imprensa, é uma grande felicidade estar com mulheres inspiradoras. “Foi uma honra ganhar este prêmio, ainda mais por ter a oportunidade de conhecer e estar junto de todas as finalistas, que têm projetos tão inspiradores. É uma energia muito boa estar junto de outras mulheres tão admiráveis e saber que tudo o que aprendemos durante o treinamento, as amizades que fizemos, será apenas o começo de muitas coisas novas que, com certeza, farão a diferença na vida de muitas outras pessoas”, comemora.   

Conheça as propostas ganhadoras  

O projeto Todas Elas foi idealizado pelas jornalistas de A Gazeta Joyce Meriguetti, Mikaella Campos e Érica Vaz, em 2018, conduzido pela editora-chefe Elaine Silva. Além de ajudar a combater a violência através de denúncias e conscientização, o projeto também inspira mulheres capixabas em suas lutas e questiona as desigualdades sociais.    

Já a reportagem vencedora de Karine Nobre, retratou a conquista do espaço feminino na indústria automotiva, apresentando diversas figuras histórias e atuais desse setor.