Ministro da Fazenda defende ajustes fiscais para recuperação da economia

Foto: Carlos Alberto Silva

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Texto de Ludmila Azevedo
(Curso de Residência em Jornalismo)

Redução da carga tributária, equilíbrio fiscal, reforma da previdência e privatizações: essas são as necessidades identificadas pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, para que haja melhorias no cenário econômico brasileiro. No painel “O Brasil e sua economia”, iniciando a programação deste sábado (24) no 13° Encontro de Lideranças organizado pela Rede Gazeta em Pedra Azul, o ministro traçou algumas soluções para que o Brasil volte a crescer de forma sustentável.

“Temos carga tributária de 33% do PIB, valor que é alto em relação a países com nível de desenvolvimento semelhante ao do Brasil, como Chile, China e México”, relatou Guardia. “Nossa dívida bruta é de 77% do PIB. Com esse déficit primário, a receita arrecadada pelo governo federal não é suficiente para arcar com investimentos e despesas correntes. Nesse sentido, é importante estabelecer um teto de gastos para que essas despesas não aumentem. Os gastos com a previdência, por exemplo, não param de crescer. Hoje, esse rombo é de R$ 200 milhões”.

Foto: Carlos Alberto Silva

Em resposta a uma pergunta do público, o ministro disse que tem a expectativa de que a reforma da previdência será aprovada no próximo ano. “Não foi possível viabilizar a reforma neste ano, mas o novo governo irá entrar com grande capital político e, portanto, tem condições de aprovar a emenda constitucional”, declarou. “Também fica a critério do próximo governo qual será o documento aprovado, se vai ser a PEC original ou o documento substitutivo. É possível discutir uma reforma mais dura, correndo o risco de no final não haver viabilidade política para aprovar, ou votar rapidamente e garantir uma solução a curto prazo”.

Guardia frisou que essas medidas não têm, necessariamente, relação com ideologias políticas. “Ajuste fiscal não tem direita e nem esquerda. Trata-se de uma questão de gastar bem ou gastar mal, de ter ou não responsabilidade fiscal. E é justamente o desequilíbrio fiscal que está por trás da recessão de 2015 e 2016”, continuou.

Outra ação que, segundo ele, é importante para aumentar a competitividade do mercado nacional são os investimentos privados. “Novamente, é uma questão mais pragmática do que ideológica, precisamos de privatizações, concessões de portos e aeroportos, ao mesmo tempo em que desenvolvemos o mercado de capitais”, defendeu Guardia.

O ministro finalizou sua fala com uma conjuntura positiva para o país no próximo ano. “É importante entender a urgência de medidas como a reforma da previdência e a redução da carga tributária, mas a mensagem que eu deixo é de otimismo: o caminho já está trilhado e, se seguirmos por ele, tudo indica que o Brasil poderá alcançar seu verdadeiro potencial”, enfatizou.