Fundador da Rede Gazeta é homenageado em via de Vitória

No dia em que a Rede Gazeta completa 95 anos, Vitória a contar com um endereço que homenageia seu fundador: Carlos Fernando Lindenberg Filho. Cariê, como era mais conhecido, agora batiza um trecho da via que até esta segunda-feira (11) se chamava Chafic Murad.
O trecho da rua que recebeu o novo nome compreende 250 metros, entre a Avenida Jair Etienne Dessaune e a Rua Hélio Marconi. A mudança já havia sido oficializada em 2022, por meio de um projeto de lei da Prefeitura de Vitória.
Na manhã desta segunda-feira o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, fez a “entrega oficial” da nova nomenclatura da rua onde desde 1983 está sediada a Rede Gazeta. “É um momento de reconhecimento do legado que o Cariê deixou para os capixabas. Esta homenagem é um feito importante para que outros capixabas se inspirem na história escrita por ele”, destacou o prefeito.
Café Lindenberg, presidente da Rede Gazeta e filho de Cariê, também participou do momento e contou que o dia 11 de setembro tem um simbolismo muito grande para ele e para a família. “Eu tenho orgulho em estar à frente dessa empresa e ter sido escolhido para continuar esse legado. Papai foi uma pessoa muito presente, tenho muito orgulho em ser filho dele. E as realizações dele estão aí. A rua ter seu nome faz jus ao que ele contribuiu para o Estado e para a própria região”, destacou.
Legado e transformações
O diretor-geral da Rede, Marcello Moraes, destacou o papel que Carlos Fernando Lindenberg Filho teve para a comunicação do Espírito Santo. Quando Cariê assumiu os negócios do grupo, o jornal impresso A Gazeta era o único veículo. Foi ele que, nas décadas seguintes, inaugurou a TV Gazeta, rádios e sites.
“A Rede consegue transmitir o conteúdo e propósitos, contribuindo para o desenvolvimento do cidadão capixaba. A empresa tem o jornalismo muito forte, sendo ele a base de tudo, diferenciado e de qualidade, com a digital do Cariê e respeitado pela sociedade.”, destacou.
O diretor de Jornalismo, Abdo Chequer, frisou que “essa homenagem a Cariê reforça o nosso compromisso com a informação de qualidade e que está presente desde início, em 1928″.

Vitória rebatiza rua em homenagem ao jornalista Cariê Lindenberg

A partir desta quinta-feira (09) o nome do jornalista, escritor e empresário Cariê Lindenberg passa a ser mais que uma memória na história do Espírito Santo. A Prefeitura de Vitória irá homenageá-lo dando a uma rua de 250 metros, no bairro Monte Belo, o nome de Carlos Fernando Lindenberg Filho. Não por acaso, é o endereço onde, desde 1983, funciona a Rede Gazeta, fundada por Cariê.

Ao lado de Café LIndenberg, presidente da Rede Gazeta, o prefeito de Vitória Lorenzo assina decreto para criação da rua Carlos Lindenberg Filho, o Cariê. Foto: Carlos Alberto Silva

Carlos Fernando Lindenberg Filho comandou a Rede Gazeta entre 1965 e 2001. Apaixonado pelo jornalismo e por contar boas histórias, ele ajudou a transformar um único veículo de mídia – o jornal impresso A Gazeta – em um grupo que, atualmente, tem 16 negócios voltados à comunicação. Com a inauguração da sede da Rede Gazeta no bairro, há quase 40 anos, ajudou a promover o desenvolvimento da região – àquela época, as dimensões da Rede Gazeta eram comparadas a “uma mini-cidade dentro de Vitória”.

Sucessor de Cariê à frente da Rede Gazeta, o filho dele e presidente do grupo, Café Lindenberg, agradeceu a homenagem: “Tem pouco mais de um ano que papai nos deixou. É uma homenagem que nos emociona. Para nós, que trabalhamos na Rede Gazeta, que convivemos com ele no dia a dia e que seguimos os ideais que ele plantou e deixou aqui – a maneira adequada de fazer jornalismo, independência editorial, o modo certo de ser empresário –, para nós ele é muito presente. Esta homenagem marca também para a comunidade todo o legado que ele nos deixou”.

Cariê Lindenberg, fundador da Rede Gazeta. Foto: Bernardo Coutinho – GZ

O batismo da Rua Carlos Fernando Lindenberg Filho altera um trecho da Rua Chafic Murad, que compreende a extensão entre a Rua Hélio Marconi e a Avenida Jair Etienne Dessaune, em Bento Ferreira. Ao sancionar a lei que fez a alteração, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, disse que “vamos eternizar um nome. Todos nós sempre vamos nos lembrar de Cariê e as gerações futuras terão esse símbolo eternizado na história”.

Por coincidência, devido ao período em que o projeto foi aprovado pela Câmara Municipal de Vitória, a homenagem se consolida na data seguinte ao Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, comemorado nessa terça (07). “Estamos em uma semana simbólica. Valorizar os bons exemplos, as figuras que contribuíram para que o Estado avançasse a outro patamar de informação e jornalismo sério. O papel de Cariê foi de lutar pelo nosso Estado, para que vencêssemos dificuldades. É nosso reconhecimento singelo, mas de muito carinho e muito agradecimento a todos da Rede Gazeta”, concluiu Pazolini.

A sanção da lei foi assinada na tarde desta quarta-feira (08), na sede da Rede Gazeta, e o novo nome passa a valer nesta quinta (09), com a publicação no Diário Oficial do Espírito Santo (DO/ES).

Rede Gazeta inaugura nova Redação e área de Negócios

Rede Gazeta inaugurou, nesta segunda-feira (23), sua nova Redação de Jornalismo e uma nova área para Negócios. Os novos ambientes, na sede da empresa, em Vitória, passam a abrigar as áreas de conteúdo e comercial em ambientes projetados para promover mais interação, criatividade e diálogo mais eficiente entre os profissionais. As obras para reestruturação do prédio fazem parte de um plano de revitalização geral do prédio, inaugurado em 1983, começaram em março deste ano.

A partir de agora, os sites A Gazeta, G1ES e GEES, a TV Gazeta, a CBN Vitória e os times de Entretenimento passam a trabalhar lado a lado, na nova Redação. Já a área de Negócios abrange os times de Marketing, Comercial, Projetos e Eventos, Assinaturas e Estúdio Gazeta – o laboratório de branded content da Rede Gazeta. Os dois espaços abrigarão, quando totalmente ocupados, mais de 250 profissionais. Por enquanto, devido aos cuidados sanitários por causa da Covid-19, parte dos times seguirá em home office.

“Esse conceito de open space, área aberta, propõe maior interação entre as equipes. O projeto foi desenhado para criar um ambiente que ajudasse a Rede Gazeta a trabalhar de forma mais colaborativa, inquieta e que isso resultasse em um trabalho melhor. E acredito que já conseguimos realizar isso, pelas primeiras impressões que tenho recebido. Trabalhar durante obra é difícil mas este momento é o reconhecimento de tudo”, pontuou o Diretor de Negócios, Marcello Moraes, durante a inauguração dos espaços.

Em uma das paredes da nova Redação, um tributo ao patriarca da Rede Gazete, Cariê Lindenberg.
(Foto: Ricardo Medeiros/Divulgação Rede Gazeta)

O diretor-geral da Rede Gazeta, Café Lindenberg, se emocionou ao descerrar uma homenagem ao pai, Cariê Lindenberg, falecido em abril deste ano. Na parede de entrada da nova Redação foi gravada uma mensagem do patriarca do grupo em sua última entrevista para A Gazeta, em 2019: “No Jornalismo não existe favor. Nem favor a favor, nem favor contra“.  Café mencionou o legado de defesa da democracia e da informação deixado pelo pai.

“Eu dou muito valor para os símbolos. A Rede Gazeta não chegou até aqui por falta de coragem. Fizemos esse investimento pesado num momento de incertezas, de dificuldades, não apenas no mercado de comunicação, mas de ataques ao papel do jornalismo. Essa coragem tem muito a ver com a trajetória da empresa até aqui, que meus antecessores, principalmente meu pai, tiveram de apostar no valor inegociável do jornalismo”, frisou Café.

Revitalização

A renovação arquitetônica da sede da Rede Gazeta começou no final de 2019, quando começou a ser construída a área de convivência. A obra teve ritmo reduzido nos primeiros meses da pandemia, mas foi concluída em julho de 2020. Após a entrega da nova Redação e da área de Negócios, o planejamento é de revitalizar áreas comuns e em desuso para promover uma ocupação mais inteligente do prédio.

“Uma obra grande como essa é um quebra-cabeça em que esse resultado é o encaixe das peças. Essa é a terceira entrega para tornar o prédio maior e mais adequando ao novo momento. ‘O tempo é o senhor da razão’, diz um ditado. Já tivemos a chance de fazer outras reformas e hoje fazemos uma das redações mais integradas do Brasil”, celebrou o diretor de Administração e Recursos Humanos, Helder Luciano de Oliveira.

Redação

Pensada para potencializar o fluxo de produção e publicação de informações, o estúdio digital construído no centro da Redação é uma das grandes novidades. Moderno e equipado para a transmissão de links e lives, o glass studio dá ao telespectador e ao internauta uma visão ampla do trabalho das equipes, na hora em que a notícia acontece.

“Com o fim das obras, iniciamos um trabalho inédito – mais inteligente e com velocidade de apuração e publicação em todos os veículos -, e a Redação será usada como cenário, interagindo com o público aumentando nossa audiência e relevância. Além disso, vamos melhorar a linguagem e produzir conteúdos empolgantes a partir dos nossos novos núcleos de jornalismo”, afirma Abdo Chequer, diretor de Jornalismo da Rede Gazeta.

Mesmo em um ambiente compartilhado, cada veículo preserva o seu DNA. Ao entregar o novo espaço aos times, Abdo também fez uma homenagem a Cariê Lindenberg: “Por ter trabalho com ele anos testemunhei a sua vontade de acertar, principalmente diante das dificuldades editoriais. Enfrentamos tempos sombrios, em que denunciamos como o crime organizado estava impregnado no poder público, ao mesmo tempo que passamos por dificuldades financeiras. Hoje o crime organizado está na rede virtual, espalhando mentiras, e as dificuldades financeiras continuam. Mas o trabalho inspirado por Cariê continua”, reiterou.

Área de Negócios

Desde que anunciou a reestruturação da sua área de Negócios, integrando os departamentos de marketing e soluções comerciais, a Rede Gazeta passou a implementar a unificação dessas equipes. O foco do novo ambiente é oferecer ao mercado mais possibilidades, ferramentas, estratégias e ações multiplataforma de forma conjunta.

“Desde fevereiro, quando criamos a Diretoria de Mercado, estamos mais integrados e hoje é o dia dessa consolidação. Essa nova área inaugura um novo momento. Essa área vai facilitar por integrar as equipes. Agora é a nossa hora. Temos um desafio enorme no segundo semestre, então temos que fazer valer esse investimento. Mas sempre trabalhando com base nos valores da empresa e preservando um dos nossos pilares, que são os nossos talentos” defendeu o diretor de Mercado da Rede Gazeta, Márcio Chagas.

Veja como ficou:

TV Gazeta e G1/ES transmitem missa de 7º dia de Cariê Lindenberg

Cariê no dia do lançamento de seu livro – Foto: Ricardo Medeiros

 

O encerramento do maior evento de fé do Espírito Santo, a Festa da Penha, terá um significado especial para a Rede Gazeta neste ano. A celebração marcará o sétimo dia de falecimento do presidente do Conselho de Administração da empresa, Cariê Lindenberg, que morreu em decorrência de uma pneumonia na madrugada da última terça-feira (06). Familiares, amigos e admiradores de dentro e de fora do Estado poderão acompanhar a missa, nesta segunda-feira (12), ao vivo, a partir das 17h, na TV Gazeta e no G1/ES.

A celebração, que acontece no campinho do Convento da Penha, terá entrada restrita aos organizadores. Por esse motivo, estaremos juntos apenas virtualmente, mas unidos pelo mesmo propósito: homenagear e orar pela família de Cariê Lindenberg.

Música, bandeira da Rede Gazeta e família: o último adeus a Cariê

A tarde de sol, céu azul e brisa leve na Capital do Espírito Santo, nesta terça-feira (06), poderia muito bem inspirar um poema ou uma crônica do escritor, empresário e músico Cariê Lindenberg. Mas tornou-se cenário do último adeus ao homem que dedicou mais da metade da vida ao jornalismo e à criação da Rede Gazeta. Ele morreu durante a madrugada, por complicações de uma pneumonia.

Cariê foi sepultado no começo da tarde no Cemitério de Santo Antônio, em Vitória. Devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, as cerimônias de despedida foram restritas à família. O padre Reuber Daltio fez uma celebração marcada por forte emoção dos familiares e amigos mais íntimos.

Estiveram ao lado de Cariê, no velório, os três filhos: o empresário Café Lindenberg, a produtora rural Leticia Lindenberg e a produtora cultural Beatriz Lindenberg; e dois dos cinco netos, Eduardo e Antônio. Além deles, a nora, Giovana, e dois amigos próximos da família. Um número incontável de autoridades, entidades e amigos enviaram coroas de flores para esse momento de despedida.

Cariê, que era músico, foi sepultado ao som de uma de suas criações: a música “Devaneio”, que entre os anos de 1976 e 1987 abria e encerrava a programação da TV Gazeta, fundada por ele como afiliada da Rede Globo no Espírito Santo.

Durante quatro décadas, Cariê dedicou-se aos negócios na Rede Gazeta. O que na década de 1960 era apenas um jornal impresso transformou-se em um conglomerado de comunicação que reúne quatro emissoras de TV, dois sites e quatro rádios, abrigando mais de 500 funcionários. Na despedida, o caixão do presidente do Conselho de Administração da empresa foi coberto com uma bandeira da Rede Gazeta, a quem ele sempre dedicou verdadeira paixão.

Pouco antes das despedidas fúnebres, os filhos de Cariê divulgaram uma manifestação onde destacaram que o pai “nos transmitiu o entusiasmo por novos projetos, o apreço pela verdade e pelas relações humanas. Sobretudo, nos ensinou a ter um olhar generoso para o que está ao nosso redor, para as coisas simples que não podemos deixar de lado”.

Autoridades do ES lamentam a morte do fundador da Rede Gazeta

Falecido na madrugada desta terça-feira (06), o empresário, escritor e músico Cariê Lindenberg deixou um grande legado aos capixabas. Prova disso são as dezenas de manifestações de pesar de autoridades, políticos e entidades que, por todas as plataformas e redes sociais, lamentaram a morte do empresário. Por muitos, Cariê foi definido como “uma voz a favor da democracia”.

Cariê e Tancredo Neves – Foto: Acervo A Gazeta

Nas redes sociais, o governador Renato Casagrande (PSB), afirmou: “O ES perdeu uma das suas maiores personalidades: o empresário, músico, escritor e presidente do grupo Rede Gazeta, Carlos Fernando Lindenberg. Cariê se notabilizou como defensor da democracia e da liberdade de imprensa. Sua história orgulha os capixabas. Siga em paz”. O governo do Estado decretou luto oficial de 3 dias devido ao falecimento do presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta.

O ex-governador Paulo Hartung (sem partido) lembrou a importância da presença de Cariê nas mudanças econômicas e no desenvolvimento da cultura capixaba. “Hoje, o Espírito Santo acorda triste com a morte de Cariê. Ele esteve presente em boa parte dos fatos importantes que ocorreram no nosso Estado nos últimos anos. No momento difícil que o Estado buscou sua reconstrução constitucional, Cariê estava presente nos movimentos. Apoiando Reage ES e participando diretamente do movimento empresarial que virou o ES em Ação, que nos colocou de pé novamente”, disse, emocionado.

Segundo o presidente do ES em Ação, Fábio Brasileiro, Cariê era “um homem à frente do seu tempo, empreendedor do ramo de comunicação e uma voz em favor da democracia e da liberdade de imprensa. Uma liderança de grande contribuição para o desenvolvimento do Estado. Expressamos nossas sinceras condolências a toda a família por meio de seu filho Café Lindenberg, também conselheiro do ES em Ação, neste momento de perda e dor”.

Já o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), também falou sobre a perda de Cariê, destacando o legado e a história deixada pelo “homem à frente de seu tempo”, e decretou luto oficial de três dias na Capital a partir desta terça. “Fica o legado do escritor, empresário, músico. O legado da democracia, da ética, da retidão, da construção de um grupo sólido de comunicação, com pilares muito fincados na democracia. Um homem à frente de seu tempo e que deixa uma história que vai marcar para sempre o Estado do Espírito Santo”, afirmou o prefeito.

Entidades

Emocionado, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, lamentou a perda do empresário, por quem disse sentir imenso carinho. “Para nós, é uma perda irreparável e que com certeza vai deixar uma lacuna enorme no desenvolvimento de nosso Estado. Temos um carinho enorme pela família Lindenberg, que tanto contribuiu para o desenvolvimento empresarial e comercial de nosso Estado, em especial Cariê, por meio da fundação da Rede Gazeta”.

Cariê 90 anos Rede Gazeta Foto: Bernardo Coutinho – GZ

Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) publicou nota de pesar em suas redes sociais. “A Findes lamenta profundamente a perda de Cariê Lindenberg, uma das maiores lideranças empresariais do Espírito Santo, criador da Rede Gazeta, incansável defensor da liberdade, da ética e do jornalismo independente. Tinha compromisso sincero com o desenvolvimento econômico e social do Estado. Era também fazendeiro, músico, escritor, artista. Mas o jornalismo era a sua grande paixão. Seus valores permanecem como referência para todos nós. Nossos sentimentos a todos os amigos e familiares”.

O prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), também se manifestou. “A minha proximidade com Cariê começa em 1993. Ao longo destes 28 anos de convívio, posso afirmar que, o Espírito Santo perde a presença de um homem de visão, enorme capacidade de trabalho e rígido senso ético. Todas as pessoas que tiveram o privilégio de conhecê-lo, conversar com ele, desfrutaram com certeza, de um papo alegre e instrutivo”. Já Guerino Balestrassi (PSC), prefeito de Colatina, destacou que “Cariê foi uma presença muito marcante para a nossa geração. Fortaleceu os arranjos produtivos no Espírito Santo, os grandes empreendimentos que geraram empregos e desenvolveram o empreendedorismo no nosso Estado”.

Confira mais repercussões sobre a morte de Cariê Lindenberg na cobertura do site A Gazeta.

Funcionários e ex-funcionários se despedem de Cariê

(Foto: Arquivo/Rede Gazeta)

A relação próxima e sempre cordial com os funcionários é uma das marcas deixadas por Cariê Lindenberg, presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta. Aos 85 anos, Cariê faleceu na madrugada desta terça-feira (06), em decorrência de complicações causadas por uma pneumonia. Entre os anos de 1965 e 2001, ele comandou a Rede Gazeta. Foi o responsável pela digitalização do acervo jornalístico, da inauguração da página na internet e da fundação das emissoras regionais do grupo.

Funcionários e ex-funcionários que conviveram com Cariê destacam a gentileza e o carinho do homem que enquanto chefe se colocava como colega de trabalho, defendendo incondicionalmente o jornalismo sério, bem apurado e imparcial. Ao longo desta terça-feira, muitas dessas pessoas se manifestaram nas redes sociais. Em decorrência da pandemia da Covid-19, apenas os familiares mais próximos irão acompanhar as cerimônias de despedida do empresário, no Cemitério de Santo Antônio, em Vitória.

 

Veja algumas manifestações:

 

(Foto: Arquivo Pessoal/Jocimar Breda)

“Dr. Carlos sempre foi uma pessoa muito especial na empresa. Era uma pessoa muito preocupada com todos os funcionários e sempre muito justo. Convivi com ele por 26 anos e sempre muito educado, querendo ajudar a todos e com um grande coração. Sempre convivi com ele, Dona Maria Alice e com os filhos (Letícia, Café e Beatriz) e vi como são exemplos de pessoas boas e com caráter excepcional. Ele vai deixar muita saudade e com ótimas lembranças! O que conforta é saber que ele sempre fez o bem e que sempre será lembrado por coisas boas.”

Jocimar Breda, secretário da presidência da Rede Gazeta

 

“O doutor Carlos foi o meu pai, ele fez esse papel no momento em que mais precisei, me ajudou, confiou em mim. Pense em um ser humano bom, uma pessoa honesta, que respeitava os funcionários, tratava todos de forma igual. Eu era da limpeza e ele cumprimentava dava atenção. Não era um patrão era um pai. Eu sei que ele vai descansar e está deixando um grande legado, mas eu estou muito triste com a perda dele. Que ele descanse em paz.”

Aparecida Alves (Cida), ex-telefonista da Rede Gazeta

 

“São nessas horas que nós percebemos o quanto consideramos alguém da família e eu tenho o prazer de conviver com essa família há 33 anos. Eu me lembro de uma história de quando era nova, apresentava o ES1, era editora de rede nacional e nós preparamos uma reportagem que denunciava uma empresa local e seria exibida no Jornal Hoje (TV Globo). Quando eu estava terminando de editar a reportagem, toca o telefone. Era o Cariê. ‘Vocês estão fazem a matéria sobre ‘tal’ assunto’, ele quis saber. Me fez algumas perguntas e questionou se eu ouvia o outro lado. Então eu perguntei a ele se ele gostaria de assistir a reportagem antes de ser exibida. Ele prontamente me respondeu: ‘Não. Eu vejo quando for ao ar’. Aquilo para mim foi a prova de que a empresa que eu trabalho me dá autonomia para fazer o jornalismo como ele deve ser feito, independente de quem seja o foco. Foi a prova de que era uma empresa imparcial e ele me deu essa responsabilidade.

Depois, veio o Jornal do Campo e o nosso lema ‘aqui fala quem faz’ vem juntamente dessa ideia do Cariê em partilhar e compartilhar conhecimento, sempre preocupado com a agricultura, mesmo em um estado pequeno, mas em que o agronegócio é importante. E o Cariê sempre foi preocupado com o pequeno produtor. Ele entendia a importância do grande, mas o foco sempre foi o pequeno produtor. O Cariê era tudo isso que agora vemos nas homenagens nas redes sociais. Era sábio, humano, próximo. Você tinha o livre acesso a ele. Mesmo afastado da empresa, mandava e-mails, dizendo: ‘minha filha, gostei muito dessa reportagem exibida domingo’. Hoje eu me sinto órfã”

Claudia Gregório, editora e apresentadora do Jornal do Campo

 

“Uma vez fizermos uma matéria com um empresário próximo ao Cariê, e esse empresário ficou bravo, disse que era amigo do Cariê e que nós não poderíamos fazer a matéria. Recebi então um e-mail do Cariê me perguntando se eu tinha certeza da apuração. Eu, muito novinha, respondi com um recado desaforado e ele me devolveu com a gentileza peculiar ‘não, só quero que você tenha certeza do que estamos fazendo’. Ele era mais preocupado em que fizéssemos o certo do que em deixar os amigos satisfeitos. Só posso dizer que é uma pessoa que tenho as melhores lembranças como chefe e como pessoa como profissional do negócio – ele tinha visão de futuro da empresa -, sem falar do lado artístico, cultural, intelectual e uma gentileza ímpar.”

Daniela Abreu, editora e apresentadora do ES2

 

“Na redação do jornal A Gazeta nós tínhamos uma brincadeira de quem trabalhasse mais ganharia o “Cariê de ouro”. Eis que, em um aniversário meu, Rita Bridi e Rachel Silva (repórteres à época) fizeram um troféu, colocaram uma foto do Cariê e o convidaram para entregar na redação. Ele topou com muito bom humor e foi lá e entrou na brincadeira. Ele tinha o habito de ir à redação de conversar conosco, de saber das informações, principalmente de política, agricultura e economia. Ele dava dicas de apuração e depois gostava de saber se elas tinham rendido. Era um homem que vivia na redação. Então, para nós, ele era quase um colega de trabalho não o patrão. Fora a personalidade dele, que conhecia todos os funcionários, as histórias, aberto a ouvir, sem falar da parte artística, como escritor e musico, ele gostava e apoiava esses assuntos. Nós o considerávamos uma pessoa da família.”

Denise Zandonadi, ex-repórter de economia do jornal A Gazeta

 

“Essa é uma notícia que eu não gostaria de ter dado como jornalista. Eu passei 35 anos da minha vida na Rede Gazeta e, realmente, o Cariê era uma pessoa diferenciada, um patrão diferenciado. Ele não se impunha pela autoridade der o dono, ele se impunha pela pessoa que ele era: ético. Ele nunca chegou para questionar o teor de uma reportagem. Ele era democrático, sensível, generoso inteligente, criativo e era uma pessoa diferente. Foi um privilégio passar todo esse tempo da minha vida sob a liderança dele. Deixa um legado importante”

Claudia Feliz, ex-repórter de economia do jornal A Gazeta

 

“Eu comecei na Rede Gazeta em 1983, na editoria de política, e o Cariê sempre foi apaixonado por política. Sempre aparecia na redação ao final do dia, puxava a cadeira, e falava: ‘Oi, querida. Do que tem de informação aí?’. A lembrança que tenho dele é de alguém supersensível, inteligente, educado, que não se comportava como dono, como chefe, mas como colega, parceiro. Tenho tudo a agradecer a ele e vai fazer falta.”

Rita Bridi, ex-repóter de política do jornal A Gazeta.

 

“Delicadeza em pessoa, sorriso afável como o de um avô querido, dr. Carlos, ou nosso Cariê, nos inspira não só como jornalistas, mas como seres humanos. Um homem ético, empreendedor, justo e carinhoso. Em qualquer que fosse a ligação, para assuntos mais sérios, espinhosos ou divertidos, vinha com a mesma voz e dizia: Oi minha filha, não quero te incomodar, mas preciso de um favor… você pode me ajudar? Claro que posso Cariê! Sempre posso e poderei ajudar à Rede Gazeta, ao jornalismo, à democracia! Faça uma festa linda no Céu com sua mãezinha! Vamos sentir sua falta por aqui, mas seu legado irá nos inspirar todos os dias a seguir em frente. Que Deus o receba em seus braços!”

Elaine Silva, editora-chefe de A Gazeta

 

(Foto: Arquivo Pessoal/Bruno Dalvi)

“Cariê era um ser humano incrível. Sabia e gostava de ouvir, especialmente as opiniões contrárias a dele. Os papos eram agradáveis e toda vez que nos encontrávamos tínhamos uma história para contar um ao outro. Vou sentir saudades das ligações que começam sempre com a mesma frase: “Meu filho, tudo bem? A família tá bem? Veja se pode me ajudar”. Sua simplicidade e generosidade farão falta nos dias de hoje.”

Bruno Dalvi, editor-chefe da TV Gazeta

 

“Um dia triste. Mais que um chefe, Cariê era um líder doce, gentil, extraordinário. Carregava muitas histórias do jornalismo e da boemia. Nunca me esqueço de uma em especial, que o Serginho Egito sempre contava. Reza a lenda que quando Serginho foi contratado em A Gazeta, há muito e muitos anos, Cariê o convidou para o cargo na mesa do tradicional Britz Bar. Mas Serginho respondeu: “Só se você contratar todo mundo dessa mesa”. E todos os boêmios dali foram contratados. Muito tempo depois, Serginho se transformou em editor-chefe de A Gazeta e por muitos anos foi editor de Política e amigo pessoal de Cariê – parceiro das cantorias. Hoje vai ter bossa nova no céu.”

Andreia Lopes, ex-editora-executiva da Redação Multimídia

 

“Jornalismo, cultura, meio ambiente, empreendedorismo, valorização do produtor rural, inovação, tecnologia e um grande amor ao Espírito Santo. Cariê Lindeberg é um marco na história do nosso Estado. Meus sentimentos a Café, Beatriz e Letícia Lindenberg. Sou muito grato a tudo que aprendi com Cariê e com a Rede Gazeta.”

Renato Costa, ex-apresentador do “Em Movimento”

Confira a última entrevista concedida por Cariê Lindenberg

“No jornalismo, não cabe favor. Nem favor a favor, nem favor contra”. Enfático em suas palavras, o empresário e presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta, Cariê Lindenberg, sempre defendeu a isenção e a pluralidade no jornalismo.

Cariê Lindenberg –  Foto: Fernando Madeira

Responsável pela criação da maior rede de comunicação do Espírito Santo, Cariê faleceu na madrugada desta terça-feira (06), aos 85 anos. Nos anos 1960, ele começou a comandar o jornal A Gazeta, que à época tinha pouco mais de 100 funcionários. Hoje, a Rede Gazeta, que conecta os capixabas ao Brasil, possui mais de 500 funcionários para colocar no ar informações na TV, na internet e nas ondas das rádios.

Em entrevista ao jornalista Abdo Chequer em setembro de 2019, Cariê lembrou sobre as transformações do jornal A Gazeta, que desde aquele período promoveu uma verdadeira revolução digital, deixando de ser um veículo impresso para tornar-se um site que, só no mês de março deste ano, alcançou uma audiência de mais de 10 milhões de usuários únicos.

No bate-papo, Cariê contou sobre os momentos marcantes de sua trajetória, quando se apaixonou pelo jornalismo e como vislumbrava o futuro do jornal mais antigo do Espírito Santo.

Leia abaixo a última entrevista dada por ele:

Entrevista Cariê – 29/09/2019

Jornalismo, “causos” e paixões: conheça a vida literária de Cariê Lindenberg

Depois da passagem pela política, dos anos comandando a Rede Gazeta e da sua história com a música, Cariê Lindenberg (1935-2021) investiu em outra paixão: a partir de 2001, a escrita ganhou um capítulo a parte na sua vida e, em 18 anos, oito livros foram publicados – o último deles em 2019.

No lançamento de sua primeira obra, “Eu e a sorte”, Cariê contou que entrou “nesse negócio de literatura, se é que se pode chamar assim, por acaso, no dia em que recebi um ofício da Prefeitura de Vitória convidando a participar do projeto Escritos de Vitória. Vi que não ia mal, pois as pessoas elogiavam”. Além disso, a vida de aposentado contribuiu para que ocupasse o tempo escrevendo.

No livro de estreia, Cariê reuniu 51 crônicas com casos da sua vida pessoal e profissional, com bastidores da política, do jornalismo e do comportamento humano, incluindo o acidente que sofreu ainda jovem e que atribui sua sobrevivência à sorte. E, ainda que algumas histórias tenham sido um pouco “enfeitadas” – segundo suas próprias palavras -, não há mentira em nenhuma delas.

Dois anos depois, em 2003, Cariê lançou seu segundo livro, “O galinha e elas”, que ele mesmo classificou como um “ensaio não-acadêmico, digamos que é pseudo-científico”. Em seu ingresso na literatura ficcional, o empresário e presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta escreveu sobre os homens: “A gente conhece muita literatura sobre relacionamento humano, sobre casamento, essas coisas, mas ninguém nunca se preocupou com a maioria dos homens que são galinhas”, explicou à época, com seu habitual bom humor.

Em 2005, com “Pingos e Respingos”, ele retorna aos assuntos de sua própria trajetória e conta, narrando em terceira pessoa, a enchente de 1979 que assolou o Espírito Santo, especialmente o Norte, causando enormes prejuízos e deixando milhares de pessoas desabrigadas. Relatando os episódios da época, o livro traz um pouco mais da figura de Cariê como um homem da fazenda, que foi voluntário, dentre muitos outros, para ajudar depois do desastre natural. No fim, a obra mostra que a solidariedade venceu.

Ainda em 2005, em mais um estudo: Cariê lançou “Entenda as entendidas”, depois de uma pesquisa de dois anos com várias pessoas, homo e heterossexuais, e entrevistas com dez lésbicas. Como bom defensor da liberdade de expressão, Cariê pensou no livro como uma forma de contribuir para uma maior compreensão do universo LGBT+ na época.

Seguindo sua alternância entre pesquisas e assuntos pessoais, Cariê chegou ao quinto livro em 2009, “Bis mais cinco”, reunindo 30 artigos publicados originalmente em A Gazeta, entre 2001 e 2008, um texto longo sobre Vitória e mais cinco crônicas inéditas. Dentre os temas de sua trajetória, a política é o mais frequente. “Tudo fazia crer que eu seguiria também uma carreira política. Mas, desde que cheguei ao jornal, percebi que talvez pudesse ser mais útil com minha atividade empresarial, em vez de ser deputado ou senador”, contou ele no lançamento da obra.

Em 2016, Cariê resolveu visitar suas memórias do período vivido no Rio de Janeiro. Em “Memórias Cariocas e Outras Memórias“, Lindenberg reúne crônicas que revisitam os anos de 1957 e 1963, época em viveu no Rio de Janeiro, estudou Direito e iniciou a vida profissional. Neste período, vivendo na Zona Sul e amante de música e boemia, reencontrou Roberto Menescal, fez amizade com Miele e viveu “muitas travessuras” como conta na obra.

Mas o livro não para por aí. Na segunda parte de “Memórias Cariocas…”, ele fala de personagens únicos na história como Newton Mendonça e Nelson Bonfante, cuja importância nas telecomunicações é contada em detalhes. Um livro carregado de memórias, que mostram o espírito alegre, generoso, inteligente e musical de Cariê.

Junto com “Memórias”, Cariê também lançou “Muito Longe do Fim“, que traz um retorno às origens da sua família: política. Reunindo uma coletânea de artigos sobre o tema publicados por Lindenberg em A Gazeta, a obra já previa alguns dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Segundo ele explicou, na época, o título se refere às consequências da corrupção na sociedade brasileira.

“A crise pode, supostamente, terminar rapidamente. Pode terminar hoje no Congresso Nacional. Mas jamais você vai conseguir suturar a circunstância brasileira de hoje, com problemas de segurança, saúde e de educação”, destacou.

O livro que encerra a trajetória de Cariê na literatura, “Vou te contar”, traz em suas 350 páginas as memórias desde sua infância, passando pela adolescência, vida de adulto e a carreira na Rede Gazeta, chegando em sua aposentadoria. “Eu encontrei a vida na Gazeta e larguei todo o resto que eu fazia. Talvez, um terço ou mais das histórias do livro sejam vinculadas à Gazeta porque foi a coisa mais importante da minha vida, além da agricultura, que é uma outra história”, contou na época.

Uma dessas histórias, por exemplo, conta todo o perrengue que foi conseguir fundar a TV Gazeta no Espírito Santo como afiliada da Globo, bem como as difíceis reuniões com os Marinho.

Cariê em sessão de autógrafos exclusiva na sede da Rede Gazeta (Foto: Vitor Jubini)

Como homenagem à empresa, antes do lançamento oficial do livro, Cariê distribuiu exemplares autografados para os funcionários em sessões privada na sede da empresa, em Vitória, e nas regionais em Linhares, Colatina e Cachoeiro de Itapemirim. Um gesto de consideração tão característico da personalidade de Cariê.

“Os ensinamentos ultrapassam o limite da vida”, dizem filhos de Cariê

Em uma longa vida marcada pela paixão – seja pelo jornalismo, pelas canções ou pelas letras -, o empresário Cariê Lindenberg teve três principais: os filhos Café, Leticia e Beatriz. Na madrugada desta terça-feira (06), o presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta encerrou seu ciclo de vida. Na visão dos filhos, a partida do pai, em decorrência de complicações de uma pneumonia, aos 85 anos, encerra uma etapa, mas os ensinamentos deixados por ele ficam para sempre.

Veja a seguir a manifestação dos filhos do patriarca da Rede Gazeta:

“Para muitos, Cariê Lindenberg era um sinônimo de Rede Gazeta, de música, de alegria de viver. Tivemos a sorte de ter um pai singular em todos os aspectos, alguém que sempre foi muito mais que isso. Papai nos transmitiu o entusiasmo por novos projetos, o apreço pela verdade e pelas relações humanas.  Sobretudo, nos ensinou a ter um olhar generoso para o que está ao nosso redor, para as coisas simples que não podemos deixar de lado.

Hoje é um dia de tristeza para nossa família. Mas é uma tristeza acompanhada de alento, porque os ensinamentos que ele deixa para nós, seus filhos, ultrapassam o limite da vida e fica para sempre.

Café, Leticia e Beatriz Lindenberg

Data: 11/09/2019 – ES – Vitória – Lançamento do livro Vou te Contar de Cariê Lindenberg no CET da Rede Gazeta – Editoria: Cidades – Foto: Vitor Jubini – GZ