Rede Gazeta assina parceria para recuperar as nascentes do Rio Doce

Publicado em 12/03/2015.
foto: Bruna Borjaille
SOS Fórum Rio Doce
Os diretores da Rede Gazeta e os idealizadores do Instituto Terra

A Rede Gazeta realizou o Fórum SOS Rio Doce e recebeu a presença de especialistas da área sócio-ambiental e autoridades políticas, nesta quarta-feira (11), no auditório da empresa, em Vitória. O encontro revelou os resultados da “Expedição Diagnóstico Científico do Rio Doce”, produzido pela TV Gazeta Norte e Noroeste, e contou com a presença dos idealizadores do Instituto Terra, Lélia Wanick Salgado e Sebastião Salgado. Na ocasião, o diretor-geral e a diretora de Desenvolvimento Institucional da Rede, Café e Leticia Lindenberg, assinaram um termo de parceria para divulgar as ações do Programa “Olhos D’água” do Instituto. O evento terminou com um debate entre os participantes mediado pela jornalista e colunista Míriam Leitão.

A proposta do Programa “Olhos D’água” é garantir a recuperação de cerca de 30 mil nascentes do Rio Doce, que corta mais de 230 municípios no Espírito Santo e em Minas Gerais. “Hoje com essa penúria de água nas grandes cidades, ele é muito importante”, afirma Lélia Wanick Salgado, presidente do Instituto Terra, que lidera o projeto. O “Olhos D’água” existe há cinco anos e já ajudou a recuperar mais de mil nascentes.

O vice-presidente do instituto, Sebastião Salgado, casado com Lélia, defendeu a formação de parcerias. “Temos que contar com todas as entidades, Governo Federal, governos estaduais e municipais”.

“O projeto é para recuperar todas as nascentes do Rio Doce. Isso vai para mais de 30 anos. É uma parceria que está aberta, ela não tem fim. São mais de 30 mil nascentes”, acrescentou a diretora da Rede, Leticia Lindenberg.

Um dos debatedores do Fórum, o professor e pesquisador do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) Abrahão Elesbon deu exemplo de rios recuperados, no planeta. “Tem o Rio Sena, na França, com mais de 800 quilômetros de extensão. A água é proveniente de Estação de Tratamento mas tem qualidade”, garantiu.

Objetivos

A principal proposta do Olhos D’água é recuperar as nascentes da Bacia do Rio Doce, que corta municípios do Espírito Santo e de Minas Gerais. Outro objetivo do programa é implantar fossa séptica em cada residência das propriedades rurais dos 230 municípios cortados pela Bacia do Rio Doce.

Fórum debaterá situação e preservação do Rio Doce

Publicado em 25/02/2015.
foto: Marsha Williams
SOS Forum Rio Doce
Sebastião Salgado e Lélia Wanick

Após a realização da “Expedição Diagnóstico Científico Rio Doce”, a Rede Gazeta e o Instituto Terra assinam um termo de parceria e realizam o Fórum SOS Rio Doce, na próxima quarta-feira (11). O debate terá a participação dos idealizadores do instituto, o fotógrafo Sebastião Salgado e a sua esposa Lélia Wanick, com a mediação da jornalista e colunista Míriam Leitão.

O encontro, limitado a convidados no auditório da Rede Gazeta, vai apresentar o resultado da expedição e o programa “Olhos D’água” de preservação das nascentes do rio, que será objeto da parceria de divulgação entre a Rede e o Instituto Terra. Entre os debatedores estão o pesquisador do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Abrahão Elesbon, junto com o engenheiro sanitarista e ambiental Henrique Lobo e o presidente do Comitê da Bacia do Rio Doce, Leonardo Deptulski, que participaram da expedição científica.

foto: Divulgação/A Gazeta
SOS Forum Rio Doce
Jornalista e colunista Míriam Leitão

Rio Doce

A Bacia hidrográfica do Vale do Rio Doce se estende entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e banha 230 municípios, sendo 28 no Espírito Santo e 202 em Minas Gerais. Sua extensão abrange uma área de 8.264.600 hectares (INPE, 2000), ou 82.646 km2, o que equivale à superfície de um país como Portugal. Com um total de 853 quilômetros de percurso, o Rio Doce deságua na Vila de Regência, em Linhares (ES).

Diagnóstico Científico do Rio Doce

A TV Gazeta Norte e a Noroeste realizaram a série de reportagens “Expedição Diagnóstico Científico Rio Doce” no final do ano passado. Durante o trabalho, 67 pessoas, entre especialistas, professores do Ifes, policiais militares ambientais, Corpo de Bombeiros, pescadores e equipes de reportagem da emissora, levantaram informações que ajudaram na elaboração de um diagnóstico a respeito da atual situação do rio.

 

foto: Késia Moura
SOS Forum Rio Doce
Equipe da Expedição Diagnóstico Científico Rio Doce

A expedição começou na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais, na cidade mineira de Aimorés, onde o grupo se reuniu na sede do Instituto Terra, conhecido como um refúgio de recuperação e preservação da Mata Atlântica. Ao todo, a expedição percorreu 160 quilômetros, até a foz do Rio Doce, no mar de Regência em Linhares. No caminho, os pesquisadores coletaram e analisaram as condições de poluição, vazão e profundidade da água.

Os especialistas também fizeram um levantamento completo do solo, da flora e da fauna às margens do Rio Doce. A equipe de reportagem esteve, inclusive, no município mineiro de Governador Valadares, maior cidade localizada às margens do Doce, onde o esgoto é lançado em tratamento dentro do rio. O diagnóstico encontrado no Espírito Santo poderá ser usado como um parâmetro para a preservação do rio também em Minas Gerais, afinal, os problemas são praticamente os mesmos nos dois Estados. Depois da Expedição, o jornal A Gazeta também publicou um Caderno Especial com as informações do projeto. A expedição foi realizada em outubro do ano passado.

Sobre o Programa Olhos D’Água

Desenvolvido pelo Instituto Terra desde 2010, o “Olhos D`Água” envolve sete municípios banhados pela bacia hidrográfica localizada entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e foi escolhido pela ONU-Água, em 2011, como uma das 70 melhores práticas para a recuperação e conservação dos recursos hídricos em nosso planeta. O programa se divide em projetos menores, com parceiros, patrocinadores e locais de atuação diferentes. Além disso, todos os projetos envolvem a mobilização das comunidades e dos pequenos proprietários rurais, do poder público municipal e do Comitê da Bacia.

O programa “Olhos D`Água” exige a conscientização de pequenos produtores rurais (a maioria das nascentes se encontra dentro dessas pequenas propriedades), além da elaboração de projeto técnico de uso e ocupação do solo e da distribuição de insumos para proteção e recuperação dos mananciais. Após a conclusão dessas primeiras etapas, o Instituto Terra também realiza, por um período de três anos, o monitoramento da vazão e qualidade da água das nascentes protegidas.

O Instituto Terra é uma organização civil sem fins lucrativos fundada em abril de 1998, que atua na região do Vale do Rio Doce, entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Suas principais ações envolvem a restauração ecossistêmica, produção de mudas de Mata Atlântica, extensão ambiental, educação ambiental e pesquisa científica aplicada.

Convidados do Fórum SOS Rio Doce:

Míriam Leitão

Jornalista, colunista do jornal O Globo, comentarista da TV Globo, Globonews e CBN, escritora e autora do best-seller Saga Brasileira.

Sebastião Salgado

Fotógrafo e economista formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com pós-graduação na Universidade de São Paulo e na Universidade de Paris. Ele é cofundador e vice-presidente do Instituto Terra.

Lélia Wanick Salgado

Diretora artística de fotografia e arquiteta formada pela École Nationale Supériure des Beaux-Arts, Paris, além de licenciada e mestre em Urbanismo pela Université Paris VIII. Ela é esposa de Sebastião Salgado e também cofundadora e presidente do Instituto Terra.

Abrahão Elesbon

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), campus Colatina. Ele também é engenheiro Civil formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mestre em Engenharia Ambiental, doutor em Engenharia Agrícola, pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria do Doce. Sua área de atuação é o Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos.

Leonardo Deptulski

Formado em Engenharia Industrial Mecânica e bacharel em Ciências Contábeis, ele é presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, presidente do Condoeste, presidente do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do Espírito Santo (CISABES), presidente do Cointer e vice-presidente da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes). Leonardo Deptulski também é prefeito de Colatina.

Henrique Lobo Gonçalves

Engenheiro agrônomo, sanitário e ambiental, formado pela Universidade Federal de Viçosa e Universidade Católica de Minas Gerais. Atua como relações institucionais da Estrada de Ferro Vitória a Minas – Vale, é também membro do Comitê do Rio Doce e Comitê do Rio Santa Maria da Vitória. Foi membro do Conselho da Biosfera da Mata Atlântica e do Conselho do Fundo Nacional de Meio Ambiente, além de ter participação técnica no Projeto França – Brasil do Rio Doce.

Serviço:

Fórum SOS Rio Doce
Data: 11/03 (quarta-feira) – Horário: a partir das 17h.
Local: Auditório da Rede Gazeta, em Vitória.
Entrada: o encontro é para convidados.