Para debater e apresentar o cenário dos recursos hídricos, a Rede Gazeta sediou o 2º Encontro Estadual de Bacias Hidrográficas do Espírito Santo no auditório da empresa, nesta quarta-feira (05), em Vitória. Entre os convidados estavam os representantes de todos os 14 comitês de bacias do Estado.
O tema desta edição foi “Crise hídrica, gestão e cobrança pelo uso da água”, debatido pelo presidente do Conselho Administrativo da Agência de Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ-SP), Paulo Tínel, e pelo diretor-geral da Agência de Bacia do Rio Doce (AGB Doce/Ibio), Ricardo Valory. Cerca de 300 pessoas passaram pelo local do evento durante o dia.
Os representantes relataram as dificuldades encontradas em cada região e a necessidade urgente de preservação dos recursos hídricos. A maioria acredita que é preciso unir esforços para melhor gestão das bacias. A ocasião também serviu para que cada comitê cobrasse dos governos e da sociedade ações concretas e imediatas de intervenção deste cenário.
Deisy Silva Corrêa, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Litoral Centro Norte e Santa Maria da Vitória
“Não é de uma hora para outra que vamos mudar o cenário da crise dos recursos hídricos por aqui. É tudo na base de muito trabalho a ser feito e os comitês foram formados para isso”.
Leticia Lindenberg – diretora de Desenvolvimento Institucional da Rede Gazeta
“Todos os nossos esforços e debates em defesa da água são pautas no trabalho dentro de nossas redações. Acreditamos que faz parte da nossa missão levar para a sociedade informações que possam contribuir com o futuro e preservação dos recursos hídricos”.
Elio de Castro, presidente do Fórum Capixaba de Comitês de Bacias Hidrográficas
“É a hora de gente instrumentalizar os planos de cada comitê capixaba. O Encontro das Bacias serve para que possamos mapear as próximas ações e nos permitir avançar em 2018”.
José Dalton Cardoso, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu
“A situação do Rio Jucu é dramática porque ele não tem reservatório de água. Não está fora de cogitação que o Rio Jucu possa secar. Se isso acontecer a Grande Vitória vai ficar sem água”.
Paulo Breda, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Itapemirim
“Foi mais um encontro e precisamos questionar: estamos evoluindo? Cada região já tem seu comitê mas a crise hídrica passou? Temos que produzir água, se não quem vai sofrer é a gente, todos nós”.
O promotor de justiça Marcelo Lemos, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual (MPES)
“Quando se fala de água não existe mágica para resolver os problemas, existe a necessidade de participação. A sociedade inteira precisa estar junta nessa. Temos que defender a água não por opção mas por dever”.
Paulo Tínel Presidente do Conselho Administrativo da Agência de Bacias PCJ
“A cobrança não é apenas instrumento de gestão econômica, mas principalmente de gestão hídrica. Não dá para deixar tudo nas mão do governo. A medida é um a forma de controle e precisamos dar valor econômico a um bem que é finito”.
Ricardo Valory diretor-geral da Agência de Bacia do Rio Doce (AGB Doce/Ibio)
“A Bacia do Rio Doce abastece 228 municípios. O acidente em Mariana agravou os problemas na região e afetou também a gestão hídrica. Programas e iniciativas são importantes para correção de problemas ambientais e não há outro caminho ao recurso da cobrança”.
Aladim Cerqueira Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
“O desafio da resolução de problemas de gestão de recursos hídricos é gigantesco. O governo reconhece a importância e o papel fundamental dos comitês de bacias na gestão hídrica, que tem ganhado força nos últimos anos por meio das iniciativas”.
Encontro de Bacias
Em 2015, a Rede Gazeta promoveu o 1º Encontro de Bacias Hidrográficas marcou o lançamento da Década Estadual da Água e reuniu quase 200 pessoas, incluindo sociedade e especialistas, no auditório da empresa. Desde 2000, a Rede Gazeta organizou e participou da cobertura de uma série de expedições científicas em rios capixabas como o Santa Maria da Vitória, o Itapemirim e o Rio Doce.