Dia do Fotógrafo: confira as cenas escolhidas de 2020 pelos profissionais da Rede

Nesta sexta-feira (08), comemora-se o Dia do Fotógrafo. Para homenagear esses profissionais que contam histórias e transmitem tantos sentimentos com imagens, pedimos aos nossos talentosos repórteres fotográficos de A Gazeta que selecionassem a sua foto mais marcante de 2020, um ano tão difícil. Confira abaixo as escolhidas e os depoimentos de cada um  sobre o momento eternizado.

Fernando Madeira: No início de 2020, o Sul do ES foi duramente castigado pela força das águas das chuvas. Cidades foram destruídas e a população sofreu demais, principalmente quem morava nas partes periféricas e mais próximas ao rio, como o caso dos moradores do bairro Garagem, em Castelo.
Encontramos praticamente um cenário de guerra, com casas totalmente arruinadas e ruas tomadas pelo barro. Foi percorrendo a região que encontrei os dois garotos brincando de bola em meio aos destroços do que sobrou dos moradores e vizinhos do seu bairro. Verdadeiramente cobrir uma catástrofe mexeu comigo. Foram cinco dias nessa cobertura e viver um pouco o drama dessas pessoas me fez refletir sobre a vulnerabilidade da vida humana, sobretudo dos menos favorecidos.

Carlos Alberto Silva: A foto da enfermeira Laíz faz parte da reportagem “Correria, lágrimas e gratidão: a guerra contra a Covid-19 em hospital do ES, publicada em A Gazeta no dia 30 de julho de 2020. Foram cinco dias de reportagem multimídia – textos, fotos e vídeos – dentro uma UTI com pacientes infectados pelocoronavírus. O Brasil, assim como outros países, foi atingido pelo coronavírus, que matou e ainda mata milhares de brasileiros pela Covid-19. Para piorar a situação, nem ministro da saúde havia no governo em um momento tão grave da saúde no país. Como jornalista não podia deixar de registrar esse momento triste da história do país. Era meu dever mostrar a luta diária dos profissionais da saúde contra uma doença nova, traiçoeira e, as vezes, mortal. Em outros trabalhos, vi gente morrer no hospital. Mas nunca tinha visto tanta gente morrer em tão pouco tempo. Eu também corri risco de ser contaminado. Mas não tive medo em nenhum momento. A importância do momento me dava força para não pensar no pior. 

Vitor Jubini: Em julho estávamos em um período delicado da pandemia e durante um domingo de plantão resolvi sair pra fotografar a lua cheia que nasceria naquele dia. Mas uma imagem de lua cheia pode ser feita em qualquer lugar do planeta. Então pensei em enquadrá-la com o Convento da Penha, ícone máximo do Espírito Santo. Essa interação gerou uma fotografia significativa. Foi uma forma de passar uma mensagem positiva para o capixaba que estava afetado pelos efeitos da pandemia.

Ricardo Medeiros: A foto foi feita no Distrito de Nativo, em São Mateus, à 200 km de Vitória. Estávamos produzindo material visual para uma séria sobre a a degradação do Manguezal no nosso Estado. Andamos 40 km de estrada de chão para chegar. O local é de difícil acesso e o carro chegou atolar próximo ao manguezal. Foi preciso usar roupa especial e muito repelente para nos proteger dos mosquitos.

Parabéns a todos os fotógrafos que trabalham diariamente com tanta sensibilidade e dedicação! 💙