As jornalistas da Rede Gazeta Mikaella Campos, Vilmara Fernandes e Beatriz Seixas venceram cinco categorias do Prêmio MPT de Jornalismo, inclusive a premiação principal, com as reportagens especiais “A caixa-preta dos sindicatos” e “Tragédia na plataforma”. O evento do Ministério Público do Trabalho foi realizado ontem, em Brasília. As matérias da Rede Gazeta foram eleitas as melhores entre 400 trabalhos jornalísticos inscritos de todo o país.
Uma arrecadação milionária em imposto, falta de transparência e diretores que se perpetuam nos cargos. Foi esse panorama que a matéria especial “A caixa-preta dos sindicatos”, publicada em A GAZETA e no portal Gazeta Online, revelou. A reportagem de Mikaella e Vilmara, que se debruçaram sobre o tema durante quatro meses, foi premiada nas categorias web regional Sudeste e web nacional. A matéria também foi eleita a melhor entre todas as 30 finalistas, sendo consagrada com a premiação principal, chamada Prêmio MPT de Jornalismo.
Mikaella explica que a reportagem é baseada em um extenso levantamento e cruzamento de dados. “Foi um grande desafio trazer essas informações à tona, levantar dados que não estão explícitos, analisá-los e construir histórias em cima deles. Esse reconhecimento é muito importante, mostra que o trabalho foi bem feito”, afirma. Vilmara contou que, após a publicação, elas receberam mais de 20 denúncias de irregularidades de sindicatos no Espírito Santo.
“O jornalismo tem um papel muito importante de levar informação e trazer esclarecimento sobre assuntos que, muitas vezes, não estão acessíveis a todos. Esse prêmio é importante tanto para nós, jornalistas, quanto para a empresa. Demonstra o compromisso do jornal de tratar esses temas com transparência”, diz Vilmara.
O outro trabalho premiado, “Tragédia na plataforma”, foi produzido a quatro mãos por Beatriz e Mikaella. A reportagem, publicada em A GAZETA, retrata a sucessão de erros, envolvendo falhas técnicas, procedimentos e tomada de decisões, que culminou na explosão na casa de bombas do navio-plataforma Cidade de São Mateus, da norueguesa BW Offshore e afretado à Petrobras. A publicação foi considerada a melhor nas categorias impresso regional Sudeste e impresso nacional do prêmio.
No acidente, considerado o pior da história do Espírito Santo no setor de petróleo e gás e o mais grave do país dos últimos 14 anos, nove pessoas morreram e 26 ficaram feridas. O acesso a um relatório sigiloso da Petrobras, que explicava os motivos da explosão, foi o pontapé para que as repórteres investigassem o acidente.
Mikaella explica que durante a apuração, elas tiveram acesso a outros dados, como relatórios do Ministério Público , do Ibama e do Ministério Público do Trabalho , que esclareciam que a explosão era uma tragédia anunciada. “É muito gratificante ver que, com o nosso trabalho , conseguimos a ajudar a esclarecer as causas de um acidente tão sério. E mais do que isso, fazer um alerta para que uma tragédia como essa não volte a acontecer”, afirma Beatriz.
A GAZETA é premiada pelo terceiro ano consecutivo
Esta é a terceira vez consecutiva que a Rede Gazeta ganha o Prêmio MPT de Jornalismo, com quatro reportagens premiadas. Além das matérias vencedoras deste ano, em 2014, o repórter Patrik Camporez venceu a categoria regional Sudeste do prêmio, com a reportagem “A rotina desumana da colheita do café”, publicada em junho do mesmo ano. Já em 2015, as jornalistas Mikaella Campos, Viviane Carneiro e Beatriz Seixas também faturaram o Prêmio MPT Especial Fraudes Trabalhistas, com a série de reportagens “Terceirização – trabalho desumano e abandono”. A reportagem contou o drama das subcontratações e da precarização da mão de obra.
Fonte: A Gazeta