Texto das residentes Maiara Dal Bosco e Mônica Moreira, sob supervisão de Ana Laura Nahas

Os alunos do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta participaram nesta quarta-feira (4) de uma live que discutiu o papel dos municípios na proteção às mulheres. O evento contou com a participação da juíza Hermínia Azoury, Coordenadora Estadual de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, e da executiva Marina Soares, Diretora Jurídica de Sustentabilidade, Compliance Officer e Data Protection Officer da ArcelorMittal Brasil.

As convidadas falaram sobre projetos e ações desenvolvidos em favor da proteção das mulheres e também responderam a questionamentos dos residentes. Clique aqui para assistir ao evento.

Segundo a magistrada, durante a pandemia e o isolamento social, os números de violência doméstica aumentaram ainda mais. Dra. Hermínia acredita que uma das principais formas de lutar contra esta violência é a prevenção. “Nossa proposta é a prevenção e também a repressão. Há momentos em que você tem que decretar uma repressão para não ter uma vítima consumada. Nossa responsabilidade é grande”, pontua.

Visando promover ações em combate a esta realidade, a Coordenadoria foi instituída em 2011. No ano seguinte, os trabalhos começaram a caminhar, passando a ser, então, um órgão permanente de assessoria da presidência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).

De acordo com ela, o suporte às mulheres é imprescindível também porque, no momento em que as vítimas falam, o poder público saberá onde e de que forma ajudá-las.

Dra. Hermínia acredita que as parcerias são fundamentais e a mobilização do poder público também. Ela destaca que esse é o caminho que a coordenadoria tem percorrido. A juíza mostrou ainda uma peça artística que estampa a hashtag #nãosecale, utilizada em diversas campanhas de empoderamento feminino e mobilização sobre o tema. E complementa: “Não se cale, ponha para fora”.

Neste movimento e já com diversas ações implementadas, a ArcelorMittal apresentou, durante a live, o case da empresa no combate à violência contra a mulher entre seus colaboradores. Desde o alto escalão até os colaboradores da linha de frente, todo movimento realizado está voltado principalmente para “se ter uma empresa rica e plural”, afirma Marina Soares.

A Diretora Jurídica de Sustentabilidade, Compliance Officer e Data Protection Officer da ArcelorMittal Brasil explicou que a conscientização sobre o combate à violência contra a mulher, bem como a igualdade de gênero, pessoas com deficiência, LGBTI, dentre outros, é um trabalho desafiador.

Para ela, o trajeto para alcançar o melhor caminho neste assunto é o tratamento da informação e a mudança de olhar diariamente, atitudes que a empresa conseguiu programar. “Estamos quebrando um tabu aqui na Arcelor, e fruto desse trabalho desafiador é que assinamos, neste ano, um tratado com a ONU por já estarmos, em Vitória, trabalhando o combate à violência contra a mulher”, destaca.

Sobre o questionamento acerca de quem tem o papel de cuidar segurança da mulher, a juíza Hermínia Azoury foi enfática. “É preciso que haja um movimento, uma mobilização do poder público, para que nós possamos trabalhar juntos, em parceria e de forma a fazer um Brasil melhor com famílias equilibradas, mães, mulheres respeitadas, crianças que não naturalizam a violência. Isso é o que mais esperamos dos próximos gestores.”, pontuou, convidando os 12 residentes da Rede Gazeta a fazerem parte desse movimento. “Faço votos de que vocês, jornalistas recém-formados, sejam colaboradores deste movimento”, finaliza.

Canais para denúncia de violência contra a mulher:

Todas as delegacias especializadas da mulher funcionam normalmente durante a semana. Tendo em vista a pandemia de Covid-19, a mulher tem a opção de fazer o registro online neste link: delegaciaoine.sesp.es.gov.br/deon/xhtml/home.jsf.